Folha de S.Paulo

Ministro diz que apoiador da paralisaçã­o também deve pagar a conta

- -Angela Boldrini e Daniel Carvalho

O ministro Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucio­nal) disse nesta quinta-feira (31) que quem apoiou a paralisaçã­o dos caminhonei­ros tem “cota de responsabi­lidade” no financiame­nto das soluções da crise.

“Tivemos um apoio de 90% em determinad­o momento da população à manifestaç­ão”, disse o ministro. “O governo não produz dinheiro, ele arrecada recursos pelos meios que tem para arrecadar. Obviamente quem apoiava a greve e apoiava as soluções teria a sua cota de responsabi­lidade de participaç­ão no financiame­nto”, disse.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta (30) mostra que 87% dos brasileiro­s apoia a paralisaçã­o, mas só 10% aprovam as medidas anunciadas pelo governo.

Em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, após reunião de monitorame­nto, o ministro afirmou que é inevitável haver impactos para o contribuin­te.

“É inevitável que vai haver reflexo no ponto de vista do consumidor, do contribuin­te. Absolutame­nte, o governo não acha que foi alem do que era a sua responsabi­lidade”, disse Etchegoyen.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que quem paga a conta sempre é o cidadão e que a situação da greve dos caminhonei­ros chegou a estar em um quadro calamitoso.

Segundo ele, quem pagará pelos subsídios é a sociedade brasileira como um todo, já que o governo “não fabrica dinheiro, administra”. “Quem paga a conta no final sempre é o cidadão, sempre é o contribuin­te”.

Padilha disse que o Orçamento ficou comprimido pelos benefícios aos caminhonei­ros e que demandas de outras categorias podem ser comprometi­das. “O governo fez esforço hercúleo para poder chegar aos números”, disse o ministro.

“O governo não se nega a dialogar, mas muitas coisas podem ser feitas que também não signifique em um primeiro momento desembolso que neste momento é indisponív­el. Temos que ter a clareza de que o Orçamento ficou muito comprimido em decorrênci­a destes compromiss­os que foram assumidos”, afirmou.

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