Ministro diz que apoiador da paralisação também deve pagar a conta
O ministro Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) disse nesta quinta-feira (31) que quem apoiou a paralisação dos caminhoneiros tem “cota de responsabilidade” no financiamento das soluções da crise.
“Tivemos um apoio de 90% em determinado momento da população à manifestação”, disse o ministro. “O governo não produz dinheiro, ele arrecada recursos pelos meios que tem para arrecadar. Obviamente quem apoiava a greve e apoiava as soluções teria a sua cota de responsabilidade de participação no financiamento”, disse.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta (30) mostra que 87% dos brasileiros apoia a paralisação, mas só 10% aprovam as medidas anunciadas pelo governo.
Em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, após reunião de monitoramento, o ministro afirmou que é inevitável haver impactos para o contribuinte.
“É inevitável que vai haver reflexo no ponto de vista do consumidor, do contribuinte. Absolutamente, o governo não acha que foi alem do que era a sua responsabilidade”, disse Etchegoyen.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que quem paga a conta sempre é o cidadão e que a situação da greve dos caminhoneiros chegou a estar em um quadro calamitoso.
Segundo ele, quem pagará pelos subsídios é a sociedade brasileira como um todo, já que o governo “não fabrica dinheiro, administra”. “Quem paga a conta no final sempre é o cidadão, sempre é o contribuinte”.
Padilha disse que o Orçamento ficou comprimido pelos benefícios aos caminhoneiros e que demandas de outras categorias podem ser comprometidas. “O governo fez esforço hercúleo para poder chegar aos números”, disse o ministro.
“O governo não se nega a dialogar, mas muitas coisas podem ser feitas que também não signifique em um primeiro momento desembolso que neste momento é indisponível. Temos que ter a clareza de que o Orçamento ficou muito comprimido em decorrência destes compromissos que foram assumidos”, afirmou.