Mais de 90 mil caminhoneiros perderam trabalho nos últimos 4 anos
Mais de 90 mil vagas de caminhoneiros foram fechadas desde 2015, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Nos primeiros quatro meses deste ano, o cenário de contratações foi positivo —não fosse isso, o número de postos encerrados teria se aproximado de 110 mil.
A maioria das vagas era de motoristas de transportadoras, mas também houve queda entre os que usam seu próprio caminhão para atender terceiros.
O Ministério do Trabalho contabiliza também os autônomos agregados, proprietários de veículos que têm relação contratual fixa com uma empresa transportadora.
Os dois perderam vínculos e engrossaram a lista de caminhoneiros sem relação com transportadoras, diz Ricardo Jacomassi, da TCP Latam, consultoria que presta serviços no setor de transportes.
Além da crise, uma lei aprovada na gestão de Dilma Rousseff em 2015 instituiu tempo de interjornada, o que tornou o custo de manter um contratado mais alto, afirma.
“As empresas frotistas enxugaram quadros com a crise e buscaram autônomos livres, sem vínculos formais.”
Esses caminhoneiros são mais expostos à alta de preços do diesel, segundo Adauto Bentivegna Filho, advogado do Setcesp (sindicato de empresas do setor). “Na prática, são pequenos empresários e sofrem para repassar custos.”