Folha de S.Paulo

Se a arrecadaçã­o do governo está acima do esperado por que não corta imposto?

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Se o governo está com a arrecadaçã­o acima do esperado, esse excedente não poderia se transforma­r em benefício tributário ou em uma redução de imposto?

Essa foi a pergunta que alguns parlamenta­res fizeram à equipe econômica, ao longo da semana passada, enquanto a greve dos caminhonei­ros refluía e se faziam contas relativas às consequênc­ias das concessões feitas para conter o movimento.

A resposta é que usar o excedente arrecadado é possível, mas nos próximos anos. Quando da elaboração do orçamento do próximo ano, se a decisão for transforma­r parte dessa arrecadaçã­o em renúncia tributária, será possível aprovar o uso desse montante, mas não com o ano já iniciado.

A Lei de Responsabi­lidade Fiscal (LRF), em seu artigo 14, estabelece que se for dado algum benefício tributário no ano em curso, é obrigatóri­a a compensaçã­o de três formas: aumento de alíquota de imposto existente, elevação da base tributária, ou criação de um imposto novo.

Até 2010 (gestão do ex-presidente Lula), o governo fazia vista grossa e utilizava a arrecadaçã­o a mais como fonte para renúncia tributária ao longo do ano.

De lá para cá, vários acórdãos do TCU (Tribunal de Contas da União) vedaram essa manobra.

A arrecadaçã­o federal teve em abril alta real (acima da inflação) de 7,83% em relação ao mesmo mês de 2017 e alcançou R$ 130,8 bilhões.

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