Sob pressão, Alckmin se irrita com líderes tucanos
Pressionado por colegas de partido a deslanchar sua candidatura, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) irritou-se. Em jantar, jogou guardanapo na mesa e perguntou se preferiam outro nome.
A busca de um discurso que empolgue parcela do eleitorado e tire do nanismo os presidenciáveis dos dois partidos que poderiam capitanear o processo eleitoral pela centro-direita causou avarias no PSDB e no MDB. A tentativa de Henrique Meirelles de se desvencilhar do rótulo de candidato de Michel Temer gerou desconforto entre aliados do presidente. No tucanato, um pressionado Geraldo Alckmin fez reflexão em tom de desabafo: a candidatura, hoje, tornou-se sacrifício pessoal.
com legenda Meirelles telefonou ao menos duas vezes para Temer para tentar explicar o conteúdo da entrevista que concedeu ao “Estado de S. Paulo”, na qual disse que sua candidatura não “representa especificamente” a gestão do emedebista. O presidente, dizem auxiliares, não quer ampliar a polêmica.
o eleitorado dele Integrantes do MDB, porém, lembram ao ex-ministro da Fazenda que ele ainda é pré-candidato e que para mudar de status precisa ser aprovado em convenção do partido. E é o grupo de Temer, concluem esses emedebistas, que vence as disputas internas há quase 20 anos.
perdas e danos No PSDB, Alckmin tem sido obrigado a tentar aplacar, além da própria ansiedade, a de seus aliados. Repete a eles que uma guinada nas pesquisas só virá com a propaganda eleitoral e que o partido precisa entender que a Lava Jato causou avarias sérias no PT, mas também na imagem dos tucanos.
fale com eles Aliados do exgovernador de São Paulo dizem que a conta que vem sendo cobrada dele é altíssima. O perfil centralizador e extremamente reservado, acreditam, acaba ampliando o estresse do tucano.
inimigo perfeito A desordem na centro-direita fez com que Jair Bolsonaro (PSL-RJ), em conversas reservadas, apostasse num segundo turno entre ele e um candidato do campo da esquerda. Mais: ele acredita que pode se beneficiar com a polarização.
com quem será? O grupo de Bolsonaro acredita em um duelo contra Ciro Gomes (PDTCE) ou Fernando Haddad (PTSP) —que substituiria Lula na urna. Apesar de o petista hoje pontuar mal nas pesquisas, a avaliação é a de que não se pode menosprezar o poder de transferência de votos do ex-presidente.
que tudo poderia tem limite abrir mão Ao afirmar da disputa da união pelo da Planalto esquerda, em Manuela nome d´Ávila um recado (PC direto do B-RS) para enviou o PT: se a sigla não se dispuser a discutir uma alternativa a Lula, poderá acabar ficando só.
ficando para trás Manuela e Ciro Gomes (PDT) têm mantido conversas frequentes.
a ver A juíza Carolina Moura Lebbos, responsável pela execução da pena de Lula, avisou que precisará de prazo para decidir se autoriza o PT a gravar vídeos na prisão.
via autenticada Com isso, dirigentes do partido já descartam a possibilidade de exibir um filme no lançamento da candidatura do petista, na sexta (8), em Contagem (MG). Vão ler uma carta.
escolhi você Dirigentes do PP em São Paulo sinalizaram que vão anunciar na segunda (11) qual candidatura vão abraçar na disputa pelo governo do estado. A preferência hoje é pelo apoio ao governador Márcio França (PSB-SP).
fiel da balança França conversou intensamente com o PP paulista nos últimos dias. Se a sigla fechar o acordo, garantirá a ele a maior fatia de propaganda eleitoral entre todos os concorrentes.
vai que cola O DEM recebeu o resultado de pesquisa qualitativa sobre o potencial de João Doria (PSDB), o candidato dos tucanos para o governo paulista. Há, de fato, rejeição à saída precoce dele da prefeitura da capital, mas, segundo os relatos, a barreira não seria intransponível. Rodrigo Garcia (DEM-SP) lidera as apostas para a vice.
visita à folha O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, visitou a Folha nesta terça-feira (5). Estava acompanhado de João Bosco Rabello, assessor de imprensa.