Folha de S.Paulo

Assembleia de SP aprova emenda que eleva teto do funcionali­smo

- -Gabriela Sá Pessoa

A Alesp (Assembleia Legislativ­a de São Paulo) aprovou, em segundo turno, a PEC (Proposta de Emenda Constituci­onal) que aumenta o teto do funcionali­smo público de São Paulo.

Dos 72 parlamenta­res presentes, 67 foram favoráveis à medida que eleva o teto do funcionali­smo público do Executivo e Legislativ­o estadual de R$ 21 mil, salário do governador, para R$ 30 mil, remuneraçã­o de um desembarga­dor.

Como se trata de uma emenda à constituiç­ão do estado, a proposta não precisa de sanção do governador, Márcio França (PSB), pré-candidato à reeleição.

Em discussão desde o ano passado, a aprovação da PEC foi evitada a todo custo pelo governo Alckmin, que renunciou em abril para disputar o Planalto, e tensionou a base do tucano no ano passado.

A PEC estava pronta para entrar em pauta, porém o presidente do Legislativ­o, Cauê Macris (PSDB), não levava o projeto a plenário.

Em outubro, o deputado Campos Machado (PTB), autor da proposta, foi ao Tribunal de Justiça pedir que Macris pautasse o projeto sob o argumento de que 20 líderes dos 21 partidos da Assembleia defendiam a emenda.

A Justiça negou a solicitaçã­o na época. Em dezembro, porém, o ex-líder do PSDB, Roberto Massafera, endossou a proposta —o que obrigaria, pelo regimento do Legislativ­o, que ela fosse a plenário. Macris colocou a PEC em votação em abril, mesmo mês em que França assumiu o Bandeirant­es. O texto foi então aprovado em primeiro turno e, novamente, nesta terça (5).

Presidindo a sessão, Macris afirmou que continua contrário à PEC, mas que cumpriu obrigação regimental ao colocá-la em pauta.

França também diz ser contrário à PEC, mas não fez nenhuma pressão contra o texto e liberou os deputados para votar conforme preferisse­m, contou à Folha Abelardo Camarinha (PSB), que disse sim à PEC no microfone do plenário.

Opinião semelhante expressou o João Paulo Rillo, do PSOL: “O governo não fez nenhuma pressão contra”.

Antes da votação, o líder do governo, Carlos Cezar (PSB), disse orientar a base a votar contra o projeto. “Não encaro como derrota. O governo entende que não era oportuno votar agora.”

O impacto da PEC nos cofres do estado, segundo a Secretaria da Fazenda, seria gradativo em quatro anos. A pasta avalia que a emenda pode fazer o estado ultrapassa­r o limite prudencial de despesas com pessoal, o que vedaria a criação de cargos e reajustes a servidores.

No primeiro ano, a Fazenda estima impacto de R$ 13,4 milhões no orçamento até chegar a um custo de R$ 909,6 milhões no quarto ano. O orçamento do estado previsto para 2018 é de R$ 216 bilhões.

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