Assembleia de SP aprova emenda que eleva teto do funcionalismo
A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) aprovou, em segundo turno, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que aumenta o teto do funcionalismo público de São Paulo.
Dos 72 parlamentares presentes, 67 foram favoráveis à medida que eleva o teto do funcionalismo público do Executivo e Legislativo estadual de R$ 21 mil, salário do governador, para R$ 30 mil, remuneração de um desembargador.
Como se trata de uma emenda à constituição do estado, a proposta não precisa de sanção do governador, Márcio França (PSB), pré-candidato à reeleição.
Em discussão desde o ano passado, a aprovação da PEC foi evitada a todo custo pelo governo Alckmin, que renunciou em abril para disputar o Planalto, e tensionou a base do tucano no ano passado.
A PEC estava pronta para entrar em pauta, porém o presidente do Legislativo, Cauê Macris (PSDB), não levava o projeto a plenário.
Em outubro, o deputado Campos Machado (PTB), autor da proposta, foi ao Tribunal de Justiça pedir que Macris pautasse o projeto sob o argumento de que 20 líderes dos 21 partidos da Assembleia defendiam a emenda.
A Justiça negou a solicitação na época. Em dezembro, porém, o ex-líder do PSDB, Roberto Massafera, endossou a proposta —o que obrigaria, pelo regimento do Legislativo, que ela fosse a plenário. Macris colocou a PEC em votação em abril, mesmo mês em que França assumiu o Bandeirantes. O texto foi então aprovado em primeiro turno e, novamente, nesta terça (5).
Presidindo a sessão, Macris afirmou que continua contrário à PEC, mas que cumpriu obrigação regimental ao colocá-la em pauta.
França também diz ser contrário à PEC, mas não fez nenhuma pressão contra o texto e liberou os deputados para votar conforme preferissem, contou à Folha Abelardo Camarinha (PSB), que disse sim à PEC no microfone do plenário.
Opinião semelhante expressou o João Paulo Rillo, do PSOL: “O governo não fez nenhuma pressão contra”.
Antes da votação, o líder do governo, Carlos Cezar (PSB), disse orientar a base a votar contra o projeto. “Não encaro como derrota. O governo entende que não era oportuno votar agora.”
O impacto da PEC nos cofres do estado, segundo a Secretaria da Fazenda, seria gradativo em quatro anos. A pasta avalia que a emenda pode fazer o estado ultrapassar o limite prudencial de despesas com pessoal, o que vedaria a criação de cargos e reajustes a servidores.
No primeiro ano, a Fazenda estima impacto de R$ 13,4 milhões no orçamento até chegar a um custo de R$ 909,6 milhões no quarto ano. O orçamento do estado previsto para 2018 é de R$ 216 bilhões.