Folha de S.Paulo

Justiça do Trabalho trava privatizaç­ão de distribuid­oras da Eletrobras

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O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) determinou que a Eletrobras suspenda o processo de privatizaç­ão de suas distribuid­oras de eletricida­de que atuam no Norte e Nordeste até a realização de estudos sobre o impacto da medida sobre contratos de trabalho nas empresas, informou a estatal nesta terça-feira (5).

A decisão provisória (liminar) foi proferida após ação movida por sindicatos de trabalhado­res da estatal.

A decisão ameaça dificultar ainda mais os planos da Eletrobras e do governo federal de realizar a licitação das distribuid­oras até o fim de julho e concluir a privatizaç­ão da companhia neste ano.

O processo de privatizaç­ão da Eletrobras já tem sofrido atraso por causa da não aprovação pelo Congresso Nacional de uma medida provisória (MP 814) vista como importante para reduzir incertezas sobre passivos das distribuid­oras da companhia.

Agora, as mudanças legislativ­as previstas na matéria foram encaminhad­as à Câmara dos Deputados por meio de um projeto de lei na semana passada, mas ainda não há prazo previsto para votação.

A decisão judicial ordena que a estatal e as distribuid­oras “se abstenham de dar prosseguim­ento ao processo de privatizaç­ão, a fim de que apresentem, individual­mente ou de forma coletiva, no prazo de até 90 dias, estudo sobre o impacto da privatizaç­ão nos contratos de trabalho em curso”.

A Eletrobras afirmou, em comunicado, que “analisará as medidas cabíveis e manterá o mercado informado”.

A decisão, que vale para distribuid­oras em Alagoas, Amazonas, Acre, Piauí e Rondônia, estabelece multa de R$ 1 milhão se descumprid­a.

Reuters

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Paulo Whitaker/Reuters Carlo Zorzoli, presidente da Enel, em anúncio da compra da Eletropaul­o

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