Folha de S.Paulo

Conheça a história de casais separados pela distância no Dia dos Namorados

No Dia dos Namorados, relacionam­entos em cidades e países diferentes exigem táticas especiais

- -Thaiza Pauluze, Ricardo Hiar e Flávia Faria Alberto Rocha/Folhapress

A carioca Camila Vieira, 26, conheceu o paraguaio Eduardo Bogado, 25, na África do Sul, no ano passado. Alguns museus, cafés e drinques depois, se apaixonara­m. No fim da viagem, cada um voltou para o seu país e começou aí o namoro a distância.

No primeiro Dia dos Namorados do casal, eles vão se separar, de novo. A viagem de 15 dias para o Chile termina no voo de Camila para o Brasil, às 12h40 desta terça, 12 de junho.

Ela, que é relações públicas, já se prepara para chorar na despedida do economista no aeroporto. E para ouvir o namorado dizer “todo pasa por algo”, ou, tudo acontece por algum motivo. “Porque a gente acha que não foi coincidênc­ia”, diz. “É meio brega, mas é Dia dos Namorados, né?”

As histórias de casais que passam a data a muitos quilômetro­s de distância se repete e cada um usa uma estratégia para driblar a saudade.

A estudante carioca Carolina Barros, 24, comprou um curso de mergulho num site canadense, que chegará na caixa de email da namorada, Stephanie DeMello, 24, em Vancouver. Combinaram também um jantar juntas, com o mesmo cardápio, a ser saboreado por vídeo.

Se ver online também foi a saída para Marília Chaves, 30, e Felipe Rigos da Rocha, 35. O casal namorou por dois anos com ele, à trabalho, em Belém, e ela em São Paulo. Os dois usavam aplicativo­s como Skype e Facetime não só pra conversar, mas para participar do dia a dia um do ou- tro. “Ficava online enquanto lavava a louça, arrumava a casa, pedia comida, escolhia um filme”, conta Marília.

Há três meses, eles moram na capital paulista. Ela revela, relutante, a surpresa que pretes parou para o dia: uma massagem de casal num spa. Já ele vai cozinhar à noite, mas o menu “é secretíssi­mo”, diz.

As ligações de vídeo não funcionam tão bem para Teresa Rodrigues, 21, e Mariana, 21, pela diferença de fuso horário de 15 horas entre o Brasil e a Nova Zelândia. A solução que as duas acharam foi falar quando dá, “de manhãzinha ou bem à noite”, diz Teresa.

Ela também compra presen- quando vê algo que lembra a namorada e os guarda para entregar quando Mariana vem ao Rio, nas férias. Mas o significad­o da data para as duas é outro. “Não é só um dia de celebrar a gente, mas celebrar o amor, igual aos casais hétero”, diz Teresa.

Há sete meses, a rotina da bióloga Wialla Karmen Teixeira, 27, que mora no Recife, e do engenheiro mexicano Santiago Vega, 26, tem sido de marcar programas juntos em países diferentes. “Vamos ao cinema ver o mesmo filme, no mesmo horário. Assistimos séries iguais ao mesmo tempo”, conta ela. “Isso faz com que a gente se sinta mais perto e tenha coisas em comum para falar.”

Já a jornalista Ana Cláudia Mattos, 49, de São José dos Campos (SP), aposta no romantismo online para o dia 12. Ela estará longe do engenheiro agrônomo Naylor Peres, 53, que vive em Bagé (RS). Os dois se conheceram pelo aplicativo de paquera Happen em Santo Antônio do Pinhal (no interior de SP) e estão juntos desde janeiro.

Para ela, os desafios do relacionam­ento a distância são superáveis. “Quando você está mais madura entende que é melhor curtir alguém que está distante, mas que goste de você, do que alguém perto que te faz infeliz.”

O casal Leonardo Souza, 28, e Karla Marques, 24, por sua vez, conta os dias para a distância acabar. Eles se conheceram em Florianópo­lis, no Réveillon de 2016, e, desde então, não se desgrudam —seja por mensagens, ligações ou chamadas de vídeo. A estudante mora em Belo Horizonte e o economista, em São Paulo.

Há 10 dias, ela recebeu uma proposta de emprego na capital paulista. “Em 2017, passamos o dia 12 em Maceió, e me apaixonei ainda mais. Neste ano, infelizmen­te passaremos separados. Mas, no final de semana, vamos viajar para comemorar o Dia dos Namorados e o fim do nosso namoro a distância”, afirma Leonardo.

Quem também diminuiu recentemen­te os milhares de quilômetro­s que os separavam foi o empresário Thiago Sousa, 24, e a publicitár­ia Caroline Laudadio, 24.

No último dia 12 de junho, ele morava em Manaus e ela, no Rio. No dia, Caroline tinha outro compromiss­o: o de apresentar a monografia na faculdade. “Eu sou muito ligada a datas. Quando percebi que a gente ia passar o Dia dos Namorados separados fiquei triste demais”, diz ela.

“Tentei fazer uma surpresa, mas deu um pouco errado”, conta ele, que comprou flores e um ursinho de pelúcia e pediu que entregasse­m na casa da namorada pela manhã, antes da apresentaç­ão.

“A entrega atrasou e só chegou no final do dia. Mas ela me ligou chorando muito e nem conseguia dizer se tinha gostado ou não.” Este ano, ela poderá dizer pessoalmen­te, já que o casal começou a morar junto este mês e prepara as surpresas para este dia 12, que, claro, não querem contar.

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O economista Leonardo Souza, 28, cuja namorada mora em Belo Horizonte

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