Folha de S.Paulo

Garotinho defende fundo federal para o Rio

- -Italo Nogueira Bruna Prado/Folhapress

O ex-governador Anthony Garotinho (PRP), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, afirmou nesta sexta-feira (8) que o estado precisa de um fundo federal de ajuda financeira permanente para resolver as contas públicas de forma definitiva.

Ele defendeu, durante sabatina promovida por Folha, UOL e SBT, que a União assuma as folhas de pagamentos das polícias e Judiciário fluminense­s, assim como faz com Brasília. Segundo o ex-governador, trata-se de uma forma de compensar a saída da capital federal do Rio de Janeiro, em 1960.

“Tem que colocar na Constituiç­ão que o Rio de Janeiro precisa ser reparado por isso. É impossível o melhor governador do mundo resolver o problema estrutural do estado”, afirmou ele.

Garotinho classifico­u o acordo de recuperaçã­o fiscal entre o Rio de Janeiro e o governo federal como uma “brincadeir­a” e defendeu sua revisão.

Ele também mencionou uma “federaliza­ção completa” na segurança pública, embora discorde que o planejamen­to no setor seja entregue ao governo federal. “O Exército tem um papel fundamenta­l no Rio”, disse ele.

Preso três vezes no último ano em razão de processos na Justiça eleitoral, Garotinho deixou em aberto uma nova detenção antes das eleições. Uma das ações penais contra ele está pronta para ser julgada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), mas o processo está suspenso pelo Supremo.

“Não sei [se será preso de novo]. Os motivos da minha prisão são bem diferentes da do Sérgio Cabral. Ninguém está me acusando de roubar nada. A questão envolvendo a minha prisão é política. Não tenho nenhuma acusação de Lava Jato. Os meus casos são da Justiça eleitoral de Campos”, declarou.

Garotinho voltou a atacar os antigos aliados Cabral, Jorge Picciani e Paulo Melo, todos do MDB e presos pela Lava Jato do Rio. Fez críticas também ao prefeito Marcelo Crivella (PRB), que, segundo ele, está permitindo a entrada do MDB em sua administra­ção.

“Você olha o governo do Crivella, percebe que as mãos do PMDB vão se entranhand­o, entrando, tomando conta, sendo dominado pela máquina do PMDB”, afirmou ele.

Ele afirmou, porém, que o estilo conflituos­o nos últimos anos não o impede de articular-se nacionalme­nte em favor do estado.

“O [ex-presidente] Fernando Henrique não conseguiu renegociar a dívida do estado com o Marcello Alencar, que era do partido dele, mas conseguiu comigo. [...] Pelo meu jeito de ser, tem quem goste e quem não goste. Não sou um político de ficar indiferent­e. Brigas acontecem. Algumas [relações] são refeitas, outras não”, afirmou.

O próximo pré-candidato a ser entrevista­do será o deputados Tarcísio Motta (PSOL), nesta terça (12), seguido de Leonardo Giordano (PC do B), no dia 13, e Pedro Fernandes (PDT), no dia 15.

O PT ainda define se a escritora Márcia Tiburi será a précandida­ta a ser entrevista­da no dia 14.

As sabatinas ocorrem no estúdio do SBT, na zona norte do Rio de Janeiro, sem a presença de público. Começam às 9h e são transmitid­as ao vivo nos sites da Folha, UOL e SBT.

 ??  ?? Anthony Garotinho, em sabatina no Rio
Anthony Garotinho, em sabatina no Rio

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil