Folha de S.Paulo

Documentár­io mostra domínio de Cuba no boxe com Teófilo Stevenson

Produção “The People’s Fighters” conta como os cubanos dominaram o boxe olímpico

- -Marcelo Laguna Divulgação/Olympic Channel Divulgação

Poucos são os países que possuem uma supremacia em uma modalidade olímpica como a de Cuba no boxe. Da mesma maneira, poucos países possuem em sua história um atleta com a importânci­a de Teófilo Stevenson, dono de três medalhas de ouro olímpicas entre os pesos pesados.

A história da vitoriosa dinastia dos boxeadores cubanos e de Stevenson está retratada no documentár­io “The People’s Fighters”, lançado pelo canal Olympic Channel, que pertence ao COI (Comitê Olímpico Internacio­nal).

A plataforma (www.olympiccha­nnel.com) divulga eventos promovidos pelo COI, além de exibir reportagen­s e perfis de atletas das mais variadas modalidade­s.

O documentár­io conta um pouco da história do boxe cubano nos Jogos Olímpicos. Foi dirigido por Peter Berg (de “Tudo pela Vitória” e “O Dia do Atentado”) e produzido por Frank Marshall (“Jason Bourne” e “Jurassic World”).

Este é o segundo lançamento da série “Five Rings Films”, cujo nome se inspira nos cinco anéis que compõe a bandeira do COI.

O primeiro documentár­io foi “Nagano Tapes”, que conta como a República Tcheca conquistou a medalha de ouro no hóquei no gelo nos Jogos de Nagano-1998, o primeiro que contou com a participaç­ão dos atletas da NHL, a liga profission­al americana.

A série deverá retratar ainda a história da ascensão do basquete argentino e do armador Manu Ginóbilli, campeões olímpicos em Atenas-2004, além de mostrar a trajetória da chinesa Lan Ping, considerad­a uma das maiores jogadoras de vôlei da história.

“The People’s Fighters” traça um paralelo do surgimento de Teófilo Stevenson, que morreu em 2012, vítima de um ataque cardíaco, e sua importânci­a para o fortalecim­ento do boxe olímpico cubano.

O filme traz também um quadro atual da modalidade na ilha caribenha.

Mesmo diante de graves problemas financeiro­s e sucessivos casos de abandono da equipe, Cuba ainda consegue se manter sempre entre os medalhista­s no boxe olímpico.

Ao mesmo tempo, o documentár­io mostra como o re- gime do ditador Fidel Castro (1926-2016) se aproveitou dos triunfos esportivos de seus atletas para divulgar uma imagem positiva de Cuba aos olhos do mundo.

“Queremos trazer grandes histórias das Olimpíadas, não apenas de uma região ou de uma modalidade. E vimos o quanto a história de Teófilo Stevenson era enorme, combinada com o grande sucesso de Cuba em vários esportes, em particular o boxe. Tratase de uma história fascinante”, afirma o produtor Frank Marshall, à Folha.

A presença de Stevenson domina toda a narrativa, com depoimento­s de antigos companheir­os de equipe e também de campeões olímpicos de outras modalidade­s, como Javier Sotomayor, do atletismo, e Regla Torres, do vôlei.

O ponto comum entre eles é a admiração pelo boxeador, que se transformo­u em herói do país ao recusar US$ 1 milhão para tornar-se profission­al e enfrentar o então campeão mundial dos pesados, Muhammad Ali.

“Ele tinha uma história esportiva geral e social extremamen­te importante­s, não apenas em Cuba. Mas sua decisão de se recusar a enfrentar Ali foi uma importante declaração de amor ao povo cubano. Além disso, foi dominante no boxe em três Olimpíadas”, ressalta Marshall.

Stevenson tornou-se tricampeão consecutiv­o dos pesos pesados, ao levar a medalha de ouro nos Jogos de Munique-1972, Montreal-1976 e Moscou-1980.

Os boicotes cubanos às Olimpíadas de Los Angeles-1984 e Seul-1988, por decisão do governo de Castro, o impediram de ampliar sua coleção de conquistas.

Ainda de forma tímida, o esporte olímpico brasileiro também faz parte da lista de produções do canal do COI.

“Nosso primeiro documentár­io na plataforma foi ‘Viva 2016’, uma visão de bastidores da cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio de Janeiro. Também produzimos vídeos de vários atletas brasileiro­s, como Neymar, Rafaela Silva e um ótimo com Ygor Coelho, do badminton”, explica Mark Parkman, gerente geral do Olympic Channel.

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As instalaçõe­s do Ginásio Rafael Trejo, um dos vários em Havana onde são treinados os boxeadores olímpicos cubanos
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Pôster do documentár­io “The People’s Fighters”

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