Folha de S.Paulo

Datafolha aponta descrença com emprego, renda e custo de vida

Pessimismo com a economia, que arrefecia desde novembro, volta a se destacar na pesquisa

- -Natália Portinari

Avaliando mal a situação econômica do país nos últimos meses, a maioria dos brasileiro­s acha que o desemprego e a inflação não vão cair no futuro próximo.

A conclusão é de pesquisa Datafolha finalizada na quinta-feira (7).

São 52% os que preveem inflação maior, 46% os que esperam alta do desemprego e 35% os que acreditam que o poder de compra vai diminuir, números equivalent­es aos do abril, quando foi feita a pesquisa anterior.

A expectativ­a para o futuro vinha melhorando desde novembro do ano passado, uma tendência interrompi­da neste mês na esteira da paralisaçã­o dos caminhonei­ros.

Avaliando a situação econômica do país como um todo, 38% acreditam que deve ficar como está e 32% pensam que vai piorar —o último grupo era menor em abril, com 26% dos entrevista­dos. No fim de 2016, a expectativ­a de piora era a resposta dada por 41%, auge do pessimismo no governo Michel Temer.

Em relação a abril, também permaneceu estável em junho a parcela que acha que a inflação deve permanecer igual ou melhorar.

A margem de erro é de dois pontos percentuai­s.

A inflação de maio mostra que, apesar de o índice ter subido nos últimos dois meses, ainda está em 2,86% no acumulado dos últimos 12 meses, abaixo do desejado —a meta para 2018 é de 3% a 6%e o centro da meta é 4,5%.

Em 2017, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, indicador oficial da inflação) foi de 2,97% e ficou abaixo da meta pela primeira vez na história. O Banco Central precisou se justificar. Em carta ao Ministério da Fazenda, o BC disse que a meta não foi cumprida por causa da queda dos preços dos alimentos.

A expectativ­a de que o desemprego vá aumentar, de 46% dos entrevista­dos, também permaneceu estável neste mês em comparação com abril. Em dezembro de 2016, 67% acreditava­m que a situação ia piorar.

Entre os demais, 28% preveem que o desemprego vai permanecer igual e 22% esperam que vai cair. Assim como a expectativ­a de inflação, a de desemprego permaneceu estável em junho em relação a abril.

No país, o índice está em alta. No trimestre encerrado em abril deste ano, o desemprego voltou a crescer e chegou a 12,9%, atingindo 13,4 milhões de brasileiro­s, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a) em 29 de maio.

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