Mercedes-Benz faz recall de 238 mil carros
Governo alemão identifica fraude no software que regula emissão de poluentes em modelos abastecidos a diesel
O Ministério dos Transportes da Alemanha ordenou nesta segunda-feira (11) a retirada de 238 mil carros a diesel da Mercedes-Benz, por causa de software que mascara o volume de emissão de poluentes.
Elżbieta Bieńkowska, comissária da Indústria da Europa, afirmou pelo Twitter que todos os 28 estados-membros da União Europeia deveriam emitir recalls obrigatórios,
o que elevaria o total a 774 mil veículos. “O escândalo do diesel ainda não acabou”, disse ela.
O jornal alemão Bild am Sonntag estima que até 1 milhão de carros da montadora controlada pelo grupo Daimler podem ter o software.
Fabricantes de automóveis usam softwares para gerenciar a filtragem de emissões e o desempenho do motor. O
dispositivo pode ser classificado como ilegal se os sistemas de filtragem forem desativados cedo demais ou sem um bom motivo.
Os principais modelos afetados são as versões a diesel da van Vito, da Mercedes-Benz, a Mercedes C-Class, e as SUV das classes GLC e C.
O ministro dos Transportes alemão, Andreas Scheuer, convocou o presidente-executivo
Dieter Zetsche após a KBA (autoridade de transportes automotivos do país) descobrir “dispositivos de gerenciamento de emissões inadmissíveis” nos motores Mercedes.
A Daimler disse que está cooperando de forma transparente com a KBA e o Ministério de Transportes da Alemanha.
A Daimler, como outros fabricantes de carros, usa líquidos de nitrato de ureia para
neutralizar as emissões de óxido de nitrogênio nos gases de escapamento.
No entanto, a autoridade de veículos automotivos da Alemanha, a KBA, questionou os recursos de controle de emissões em meio a suspeitas de que eles permitem que os veículos emitam excesso de poluição sem detecção.
O escândalo de emissões ronda a indústria automobilística
alemã desde setembro de 2015, quando a Volkswagen admitiu usar, nos Estados Unidos, um software que pode dizer quando um veículo a diesel é testado e temporariamente reduzir suas emissões tóxicas.
O escândalo do dieselgate custou à Volkswagen cerca de US$ 30 bilhões em multas e outros custos.