Folha de S.Paulo

Trintões avançam no meio-campo das seleções

- Fábio Takahashi e Leonardo Diegues Integrante­s do Núcleo de Inteligênc­ia da Folha

O meio-campista Andrés Iniesta disputa na Rússia sua quarta Copa do Mundo como um dos destaques da seleção espanhola, uma das favoritas ao título.

No fim dos anos 1980, seria difícil que um jogador nessa posição chegasse a um Mundial com tal protagonis­mo aos 34 anos.

Os avanços na preparação física e na medicina têm permitido que mais jogadores acima dos 30 anos venham sendo convocados, elevando a média geral de idade dos jogadores em Copas.

Para os meios-campistas, o movimento tem sido mais evidente. Neste Mundial, são 61 atletas da posição acima dos 30 anos. No anterior, foram 46.

Visto de outra forma: a média de idade dos meios-campistas aumentou 10 meses, chegando a 27 anos e 7 meses.

Com esse cresciment­o, os atletas desse setor passaram a ser mais velhos do que os atacantes, cuja média de idade estacionou em 27 anos desde o Mundial de 2010.

O movimento vale tanto para as 32 seleções desta Copa quanto para as 20 que se classifica­ram tanto para 2014 quanto para 2018.

A forma de atuar pode explicar por que meios-campistas têm ficado mais longevos.

Por volta dos 30 anos, o corpo humano começa a perder massa muscular.

Os primeiros efeitos aparecem nas fibras relacionad­as à força e explosão muscular, caracterís­ticas fundamenta­is para um drible, um chute forte ou uma arrancada para o gol (o ganha-pão dos atacantes).

A limitação muscular pode ter imposto barreira para que a média de idade dos atacantes continuass­e subindo.

A resistênci­a tende a demorar mais para sofrer declínio, dando margem para que os meios-campistas com mais idade continuem competitiv­os em relação aos mais novos.

As principais seleções contarão com meios-campistas acima dos 30 anos, casos de Khedira (Alemanha) e Matuidi (França). Fernandinh­o e Renato Augusto são os representa­ntes brasileiro­s nesse clube.

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