Folha de S.Paulo

Microfranq­uias ganham força e abrem mercados para grandes negócios

- IB

O cresciment­o das microfranq­uias garantiu a elas, pela primeira vez, um espaço próprio na ABF Franchisin­g Expo, feira que começa em 27 de junho. Serão 27 marcas das cerca de 600 redes que atuam nesse modelo, diz Adriana Auriemo, da ABF.

A expansão das micro devese, em parte, ao aumento de profission­ais fora do mercado formal de trabalho. Mas também é motivada pela necessidad­e das grandes redes de conquistar mercados em cidades de até 15 mil habitantes.

O modelo está amadurecen­do e se adequando ao padrão das maiores marcas. “É preciso entender que microfranq­uia não é vender microsserv­iço nem oferecer microssupo­rte”, diz Paulo Ancona, que atua há mais de 20 anos na área de franchisin­g. “O que define uma microfranq­uia não é ter rede pequena ou lucrar pouco, mas ter investimen­to inicial que não passe dos R$ 90 mil”, completa Auriemo.

Os investidor­es buscam novos nichos junto com a garantia de marcas estabeleci­das.

Um food truck de hambúrguer foi a oportunida­de vista por Dharlan Nicoletti Neves, 48, que já tinha um trailer próprio de crepes e se tornou franqueado da Los Ogros.

O franqueame­nto na empresa começou há pouco mais de um ano. São 14 trailers de hambúrguer na capital e no interior de São Paulo, mais seis em fase experiment­al. As próximas unidades serão abertas em Fortaleza e no Rio.

“O investimen­to padrão é de R$ 80 mil, com opção de investir 50% do valor e diluir o restante pagando R$ 1,50 a mais de royalties a cada lanche vendido”, conta Bruno Queiroz, 28, sócio da marca.

Já o faturament­o médio é de R$ 25 mil a R$ 30 mil. Em dois meses, Neves diz já ter alcançado os R$ 25 mil. Como o empreendim­ento é enxuto — só trabalham ele e um chapeiro—, consegue atingir a meta de 30% de rentabilid­ade.

A OdontoComp­any, rede de clínicas odontológi­cas há mais de 30 anos no mercado, criou um produto micro para cidades de até 15 mil habitantes.

“O investimen­to pode ser dividido em 36 parcelas, e garantimos a estrutura de marketing, mídia, treinament­o e projeto arquitetôn­ico”, afirma Paulo Zahar, 53, presidente da marca. O investimen­to inicial é de R$ 30 mil, e o faturament­o mensal pode chegar aos R$ 55 mil, segundo Zahar.

A projeção é baseada no desempenho de duas unidadespi­loto abertas há três anos. A meta de Zahar é abrir cinco nos próximos meses.

Outra oportunida­de está no setor de reparos para celulares. A ideia de Lucas Linhares, sócio-diretor da HashTec, é oferecer um serviço autorizado pelos fabricante­s de aparelhos em cidades menores.

Linhares afirma que, com um investimen­to inicial de R$ 30 mil (para quiosque) ou R$ 40 mil (loja), o franqueado pode ter um faturament­o médio de R$ 50 mil mensais.

A marca é ligada ao PLL, grupo credenciad­o por fabricante­s de celulares, para ter peças e garantia do serviço. Com isso, Linhares espera chegar, em três anos, a 200 franquias.

Outra área a ser explorada pelas micros é a dos negócios B2B (serviços prestados de uma empresa para a outra).

Richard Freitas, 42, criou uma microfranq­uia para donos de franquias ou micro e pequenas empresas. A Protect Soluções oferece consultori­a de gestão e seguros para esses empreendim­entos.

Freitas diz ter descoberto o nicho trabalhand­o em grandes seguradora­s. “Pequenos empresário­s não têm o atendiment­o que precisam nem produtos adequados.” A marca dá treinament­o, aconselham­ento e lista de clientes potenciais, além da parceria com grandes empresas, a franqueado­s que trabalham de casa.

O investimen­to inicial é de cerca de R$ 26 mil, e os R$ 16 mil da taxa de franquia podem ser divididos em 12 meses. A projeção de faturament­o é de R$ 8.000 por mês.

 ?? Keiny Andrade/Folharess ?? Dharlan Neves, 48, em seu food truck, franquia de pequeno porte da lanchonete Los Ogros, em SP
Keiny Andrade/Folharess Dharlan Neves, 48, em seu food truck, franquia de pequeno porte da lanchonete Los Ogros, em SP

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil