Folha de S.Paulo

Após cirurgia, Neymar inicia maior desafio contra antigo algoz europeu

Nas duas vezes em que enfrentou a Suíça, pelo sub-17 e pela seleção principal, jogador foi derrotado

- -Camila Mattoso, Diego Garcia, Luiz Cosenzo e Sergio Rangel

Neste domingo (17), a partir das 15h, em Rostov, na Rússia, o atacante Neymar, dará o primeiro passo no maior desafio de sua carreira: comandar a seleção brasileira rumo ao título mundial e, assim, credenciar-se para ser eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa.

Para isso, terá um velho obstáculo pela frente logo de cara, a Suíça, rival europeu que mais vezes o derrotou.

O primeiro revés foi há nove anos, pela Copa do Mundo sub-17, quando o time europeu venceu por 1 a 0 e eliminou da competição a geração brasileira nascida em 1992.

Aquela equipe também tinha Philippe Coutinho, Casemiro e Alisson, trio titular neste domingo em Rostov.

Do lado suíço naquele campeonato sub-17 de 2009, Xhaka, Seferovic e Rodriguez estavam entre os relacionad­os para o jogo, realizado na Nigéria —apenas os dois primeiros entraram em campo. Hoje, os três são titulares da equipe que irá encarar o Brasil.

Apesar dos jovens astros, a campanha da seleção em 2009 foi uma das piores da história brasileira em todas as categorias, dos juniores aos profission­ais. Apenas em outras quatro oportunida­des a seleção caiu em uma primeira fase de Copa do Mundo: 1930, 1934 e 1966 (adulto) e 1987 (sub-17). Foi o pior início de Neymar com a camisa do Brasil.

No ano seguinte ao vexame do sub-17, Neymar recebeu apoio popular para ser levado à Copa do Mundo da África do Sul, após sua meteórica evolução no Santos.

Foi deixado de fora da convocação por Dunga e só estreou pela seleção principal com Mano Menezes, em amistoso contra os Estados Unidos, em Nova Jersey, em agosto de 2010. Marcou um dos gols na vitória por 2 a 0. No segundo jogo, perdeu para a Argentina por 1 a 0 em Doha, no Qatar.

Já no começo de 2011, o atacante deu a volta por cima com seleções de base, ao ser campeão do Sul-Americano sub-20. Fez nove gols em sete jogos. A partir daí, a carreira de Neymar decolou.

“Desde as categorias de base da seleção o Neymar já se mostrava um jogador diferente. Lembro que, para o Sul-Americano de 2011, trabalhei aproximada­mente 60 dias com ele. Desde o primeiro dia, percebi que era um jogador diferente fisicament­e e taticament­e”, disse Ney Franco, técnico de Neymar no torneio.

Depois do Sul-Americano, o atacante assumiu o posto de craque e principal jogador da seleção, mesmo com apenas 19 anos de idade. E o prestígio não parou mais de crescer até o Mundial de 2014, quando chegou ao Brasil sonhando com o título e o troféu de melhor jogador do mundo.

Fazia boa participaç­ão quando se lesionou nas quartas de final contra a Colômbia. Ausente no 7 a 1 diante da Alemanha, foi poupado das críticas. Apenas ele, Marcelo, Paulinho, Thiago Silva e Willian chegaram à Rússia.

Ao todo, até a estreia contra a Suíça, Neymar marcou 73 gols em 109 jogos com as camisas das seleções adulta e de base. Pela equipe principal, são 55 gols em 85 partidas.

Após balançar as redes contra a Áustria, no último amistoso antes da Copa, Neymar se igualou a Romário entre os maiores artilheiro­s da seleção brasileira, atrás apenas de Pelé (77 gols) e Ronaldo (62).

Aos 26 anos de idade, pode ter mais duas Copas pela frente e bater o recorde —Cristiano Ronaldo, atual melhor do planeta e astro de Portugal, por exemplo, tem 33 anos.

Mesmo com todos esses números positivos pela seleção, o camisa 10 jamais conseguiu vencer a seleção da Suíça.

Além da eliminação no sub17 de 2009, Neymar foi derrotado de novo em amistoso de agosto de 2013, na Basileia, mais uma vez por 1 a 0.

Na ocasião, a equipe de Felipão vinha de uma invencibil­idade de 11 jogos, com direito ao título da Copa das Confederaç­ões conquistad­o com boas atuações de Neymar.

Os dois reveses fazem da Suíça o rival europeu que mais vezes venceu Neymar em toda a sua história pela seleção brasileira. O jogador ainda perdeu quatro vezes para a Argentina e três para o México, mas também chegou a triunfar nos embates contra esses dois rivais, em duas oportunida­des contra cada um deles.

No total, Neymar tem apenas quatro outras derrotas representa­ndo o Brasil.

Pelo time sub-23, caiu contra Grã-Bretanha e México. Na equipe principal, foi superado por Inglaterra e Colômbia, este em junho de 2015, no que foi sua última derrota.

Desde então, Neymar não perdeu mais com a camisa canarinho: são 20 jogos de invencibil­idade pela seleção brasileira, 15 deles com o técnico Tite no comando.

O retrospect­o do atacante com o novo treinador é o maior de toda a sua carreira. São 13 vitórias e dois empates, com nove gols marcados. Contra a Suíça, terá o primeiro passo na busca pelo hexa.

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Eduardo Knapp/Folhapress Neymar exibe novo visual, com cabelos pintados de loiro, durante treino da seleção na Arena Rostov
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