Folha de S.Paulo

Alemanha chega renovada e sob pressão para tentar repetir 2014

Técnico usou período pré-Copa para testar jogadores, mas desempenho em amistosos não empolgou

- -Eduardo Geraque

A Alemanha que se verá em campo contra o México, neste domingo (17), em Moscou, será um time renovado em relação a 2014.

Do grupo de 23 jogadores que viajaram para a disputa do Mundial na Rússia, apenas 9 estiveram na Copa do Mundo do Brasil. O atacante Mario Götze, autor do gol do título contra a Argentina, na prorrogaçã­o, foi um dos preteridos na lista final de convocados do técnico Joachim Löw.

Nomes que chegam a dar arrepios em alguns brasileiro­s, como Miroslav Klose, Schweinste­iger e Lahm, encerraram sua carreira na equipe.

Entre os que permanecem na seleção estão Mesut Özil, Toni Kroos e Thomas Müller.

Apesar de mostrar energia —a Alemanha venceu todos os seus dez jogos pelas eliminatór­ias europeias —, o desempenho nos amistosos pré-Copa não empolgou. Löw testou diferentes jogadores em busca da formação ideal.

Neste ano, a Alemanha perdeu jogos para Áustria e Brasil, quando jogou praticamen­te com o time reserva. Além disso, empatou com a Espanha e enfrentou dificuldad­es para vencer a frágil seleção da Arábia Saudita por 2 a 1.

Uma questão para o treinador alemão resolver está no ataque. A dúvida é se Timo Werner, do Leipzig, pode ser o centroavan­te que o time precisa. Muitos defendem que ele é melhor do que Klose.

Já Özil pode ficar de fora da estreia caso Löw, como especula a imprensa alemã, opte pelo meia Marco Reus, que fez boa temporada no Borussia Dortmund e só não viajou para o Brasil em 2014 devido a uma lesão antes da Copa.

Outra dúvida é saber se a atmosfera nos arredores de Moscou vai fazer tão bem quanto a da Bahia. “Não vamos perder energia com isso”, avisou Löw no primeiro dia de treinos na Rússia.

“Não é uma cidade litorânea. O clima é diferente, assim é Moscou. Não façam comparaçõe­s.” No Brasil, os alemães escolheram Santa Cruz Cabrália, no litoral sul baiano, como local de concentraç­ão.

Desta vez, a Alemanha está em um resort na vila de Vatutinki, isolado do lugarejo de 10 mil habitantes, a 40 km de Moscou. Os torcedores não têm acesso ao complexo.

“Nos primeiros dias no Campo Bahia [como os alemães chamam a concentraç­ão no Brasil] todos disseram também que era um lugar isolado, sem convívio com o povo da região”, lembrou o técnico. Ele disse preferir assim, um lugar para recarregar as baterias e focar o trabalho tático.

Nos primeiros treinos na Rússia vieram duas boas notícias que a torcida alemã esperava. O goleiro Manuel Neuer disse estar recuperado das duas contusões sofridas no pé que o tiraram da última temporada. Mesmo sem ritmo de jogo, ele será o titular neste domingo no Estádio Lujniki.

Jérôme Boateng, poupado nos últimos amistosos, também treinou normalment­e. “Ele é um dos nossos líderes. Um dos pilares da nossa defesa”, disse um aliviado Löw, que tem contrato até 2022.

Se obtiver a quinta estrela na final do dia 15 de julho, em Moscou, o futebol alemão irá se igualar ao brasileiro em duas marcas históricas.

A Alemanha se somaria ao Brasil no rol de nações pentacampe­ãs. Além disso, os alemães seriam o terceiro time em todos os tempos a conseguir confirmar o título conquistad­o no torneio anterior.

O Brasil tem essa marca desde 1962, no Chile, após ter vencido quatro anos antes em gramados suecos. A Itália foi campeã em 1934 e 1938.

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Axel Schmidt/Reuters O goleiro titular da seleção alemã, Neuer, em treinament­o em Moscou

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