Folha de S.Paulo

Lei de zoneamento em São José dos Campos empurra edifícios para Jacareí

- -Flávia G. Pinho

A paisagem de Jacareí (83 km da capital) está mudando. Na região central, novas torres residencia­is impõem uma rápida verticaliz­ação. Já nos arredores da cidade, condomínio­s-clube acenam com prédios e casas cercados de ampla infraestru­tura de lazer.

“Depois de seis meses sem passar por Jacareí, estive lá e me surpreendi. Era um lugar sem muitos atrativos, como o patinho feio da região, mas que deu uma guinada”, diz a arquiteta Mariana Milanez, moradora de São José dos Campos (89 km da capital).

É fácil entender a transforma­ção. O endurecime­nto da lei de zoneamento em São José levou incorporad­oras da região a buscar terrenos fora das fronteiras da cidade. Jacareí é uma escolha natural, porque fica a apenas 14 quilômetro­s de distância.

A Terra Simão Construtor­a, que atuava em São José desde 1995, fincou bandeira na cidade vizinha no ano passado. Lá, constrói o Floradas Arboville, que terá quatro torres de 20 andares até 2020.

Os imóveis de 52, 61 e 83 metros quadrados, com dois ou três dormitório­s e terraço gourmet, custam entre R$ 171 mil e R$ 273 mil.

O empreendim­ento, localizado na zona norte da cidade, tem acesso direto pela BR-116 (via Dutra). São 30 opções de lazer e paisagismo assinado por Benedito Abbud, um dos mais disputados pelas construtor­as paulista.

“Sem dúvida a lei de zoneamento de São José contribui para o desenvolvi­mento de Jacareí. A cidade é próxima, tem trânsito fácil e qualidade de vida no mesmo padrão”, afirma Giselle Simonetti, diretora da Terra Simão.

Há sete anos em Jacareí, a MRV Engenharia aposta no potencial de cresciment­o do centro. Seu empreendim­ento Parque Joatinga compreende 208 apartament­os de 39 metros quadrados em prédios de quatro andares.

Com preços a partir de R$ 146 mil, devem ser entregues até 2019. Itens como bicicletas compartilh­adas, tomadas USB e áreas comuns alimentada­s por energia solar indicam o público-alvo: jovens solteiros e famílias em busca do primeiro imóvel.

Na mesma região, a Défa Construtor­a planeja um condomínio com 208 imóveis entre 65 e 75 metros quadrados e opções de lazer como piscina com prainha.

“A cidade cresce em ritmo constante em função da instalação de grandes empresas. Atualmente, temos mais de 300 indústrias em Jacareí”, diz Luís Francisco Magalhães, gestor comercial da Défa.

Além de muitos terrenos disponívei­s, a outorga onerosa, instrument­o que permite construir acima do limite estabeleci­do pela prefeitura, tem atraído as construtor­as.

De acordo com a Secretaria de Planejamen­to de Jacareí, o recurso foi solicitado em 54 processos nos últimos cinco anos.

Para dar conta do cresciment­o, a prefeitura anuncia obras de infraestru­tura. A principal é a construção de mais uma ponte sobre o rio Paraíba, projetada para facilitar o acesso à Via Dutra e desafogar o trânsito no centro. Orçada em R$ 20 milhões, a obra deve ficar pronta em 2020.

O secretário de Desenvolvi­mento, Carlos Amagai, diz que Jacareí ainda tem muito potencial para crescer.

“A região norte comporta novos bairros para 100 mil habitantes.”

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