Folha de S.Paulo

Com ajuda do vídeo, torneio tem 1 pênalti a cada 2 jogos

Até agora, foi marcado, em média, um pênalti a cada dois jogos, contra um a cada cinco no Mundial de 2014

- Fábio Aleixo, Fábio Takahashi, Leonardo Diegues e Raphael Hernandes Yang Lei/Xinhua

Cinco dias após seu começo, o Mundial da Rússia já pode se apresentar como a Copa dos pênaltis. Houve oito penalidade­s máximas em 14 partidas.

Na Copa-2014, no Brasil, foram necessário­s 25 jogos para chegar a essa marca.

Pelo menos em três ocasiões o árbitro só deu o pênalti após consulta à videoarbit­ragem.

Pelo retrato da primeira rodada, que se encerra nesta terça (19), o Mundial da Rússia se encaminha para ser a Copa dos pênaltis. Desde o início da competição, foram marcados 8 penalidade­s máximas em 14 partidas disputadas. Uma média de uma a cada dois jogos.

No Mundial de 2014, no Brasil, em comparação, foram necessário­s 25 jogos para chegar a esse número de penalidade­s. Ao final da primeira fase, a média foi de uma cobrança a cada cinco jogos.

Em 2006, na Alemanha, a marca de oito pênaltis foi atingida apenas na 38ª partida.

Das oito infrações até agora na Rússia, três foram marcadas com auxílio do VAR (sistema de arbitragem de vídeo), novidade deste Mundial.

Uma equipe de árbitros assiste à partida em tempo real. Com acesso a diversas câmeras, eles podem sugerir ao árbitro principal que revise uma decisão, como um pênalti não marcado ou marcado equivocada­mente.

Foi o caso nesta segunda (18), no 1 a 0 da Suécia sobre a Coreia do Sul. Em uma disputa na área coreana, Kim Minwoo derrubou o meia sueco Viktor Claesson. Inicialmen­te, o juiz de El Salvador Joel Aguilar mandou o lance seguir. Os coreanos armaram o contra-ataque enquanto os jogadores suecos protestava­m.

Quando a bola já rondava a área do time europeu, o árbitro recebeu a recomendaç­ão para que o lance fosse revisto. Ele parou o jogo e, após assistir ao replay na beira do gramado, o pênalti foi marcado.

Situação semelhante ocorreu também na vitória por 2 a 1 da França sobre a Austrália. O primeiro gol francês também saiu após marcação de pênalti anotado após o árbitro consultar o vídeo.

Nesses dois casos, foi evidente o uso do sistema de vídeo. Não é possível saber se, em outros casos, o árbitro acatou a sugestão dos auxiliares de vídeo e anotou o pênalti sem que ele próprio consultass­e as imagens no campo.

A recomendaç­ão da Fifa é que, em lances interpreta­tivos, como é o caso de faltas que resultam em pênalti, o árbitro faça ele próprio a revisão do lance no monitor após o alerta do auxiliar de vídeo.

O sistema de arbitragem de vídeo já havia sido testado na Copa das Confederaç­ões, em 2017. Nela, não houve um aumento no número de pênaltis marcados. Foram cinco nessa edição, ante nove em 2013, três em 2009 e oito em 2005. O Mundial de Clubes também serviu como teste para o VAR.

O aumento no número dos pênaltis não parece estar ligado a uma forma mais ofensiva de as seleções jogarem neste Mundial —o que poderia influencia­r na marcação de penalidade­s máximas.

A média de finalizaçõ­es nesta Copa é de 18 por partida, ante 19 na fase de grupos do Mundial passado. Procurada, a Fifa não deu uma explicação para o aumento no número de pênaltis.

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O árbitro Joel Aguilar marca pênalti a favor da Suécia contra a Coreia do Sul após rever lance por meio do VAR

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