Folha de S.Paulo

Idosos têm chance menor de ficarem desemprega­dos, apontam economista­s

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br

Quanto mais velho um trabalhado­r, menor a probabilid­ade de ficar desemprega­do, aponta um estudo de um consultor do Senado em parceria com outros dois economista­s.

Os dados, dizem, corroboram com a necessidad­e de uma reforma da Previdênci­a.

Um dos argumentos contra a idade mínima é que a política prejudicar­ia pessoas mais velhas, pois elas,supostamen­te, enfrentari­am mais dificuldad­e para se colocar profission­almente, diz Gabriel Nemer, do Insper, um dos autores.

“Os resultados indicam o contrário: difícil é achar emprego quando se é jovem, e os idosos têm mais facilidade. Isso vai contra a noção de que as empresas não contratam pessoas mais velhas.”

O estudo usou dados do IBGE sobre desemprego e incorporou os desalentad­os — aqueles que poderiam estar em busca de uma vaga, mas desistiram por considerar­em a tentativa infrutífer­a.

Outras variáveis, como informaçõe­s sobre renda familiar e dados sobre benefícios sociais também foram levados em conta nas equações.

“Pessoas com mais idade são mais experiente­s e têm uma rede de contatos melhor”, afirma Pedro Nery, consultor legislativ­o do Senado, que também assina o estudo.

No caso de homens no mercado de trabalho, o ponto de menor desemprego é aos 50 anos —depois, a curva volta a crescer, segundo os autores.

Eles classifica­ram a piora dos números como marginal e pouco significat­iva.

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