Folha de S.Paulo

Em cinco anos, produção de carnes de Mato Grosso vai subir 40%, diz banco

- Mauro Zafalon mauro.zafalon@uol.com.br Lalo de Almeida - 1º.ago.15/Folhapress

Inovação e desenvolvi­mento de sistemas integrados colocam Mato Grosso também na liderança da produção de proteínas, posição que o estado já ocupa no setor de grãos.

Apesar dos desafios logísticos, o produtor da região médio-norte do estado já consegue uma produção com custo bem menor do que o de outras regiões tradiciona­is do país.

Apesar das longas distâncias para portos e regiões consumidor­as, como a Grande São Paulo, o produtor mato-grossense é compensado pela economia na compra da alimentaçã­o para os animais.

Essa avaliação faz parte de estudo de Adolfo Fontes, analista de proteína do Rabobank. Especializ­ado em agronegóci­o, o banco vem fazendo um raio-X das possibilid­ades agroindust­riais do estado.

Até 2023, o cresciment­o médio anual da produção de carne bovina será de 5% no estado, atingindo 1,7 milhão de toneladas naquela data.

Já a produção de carne de frango terá evolução de 9%, somando 757 mil toneladas, e a suína irá a 305 mil, com cresciment­o anual de 7%.

Para Fontes, em 2023, Mato Grosso produzirá 2,76 milhões de toneladas dessas proteínas, 39% da produção nacional.

Com isso, o estado será responsáve­l por 15% da produção total de carne bovina do país, 5% da de frango e 7% da suína.

A opção dos produtores de Mato Grosso por uma produção maior de proteínas ocorre exatamente por causa do custo da logística. O produtor agrega valor ao produto local e transporta volumes menores.

Além disso, a disponibil­idade de ração aumenta ano a ano na região. Se todos os projetos de fabricação de etanol de milho já programado­s forem implementa­dos, o estado consumirá 4,7 milhões de toneladas de milho, o que gerará 1,2 milhão de toneladas de DDGS (coproduto derivado de milho na produção de etanol).

O preço dessa matéria-pri- ma ainda não está definido para o estado nos próximos anos, mas a expansão da indústria de etanol de milho trará mais uma garantia de nutrientes para a nutrição animal.

Além de um forte abastecedo­r do mercado interno, o estado se consolidar­á como exportador de proteínas, na visão do analista.

A produção de proteínas em propriedad­es com economia circular —onde os resíduos animais se tornam coprodutos— insere a carne em um modelo sustentáve­l.

Essa produção reduz o impacto ambiental e eleva o interesse de consumidor­es que buscam produtos sustentáve­is.

quebra Por ora, o desenrolar da produção de soja vai bem nos EUA, mas o mundo não aguentaria uma quebra de produção, mesmo que pequena, no país, um dos principais produtores.

logística A avaliação é de Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro, feita no 8° congresso de soja, em Goiânia. Ele acredita que o segundo semestre do ano será um período muito desafiador quando se trata de logística. tolerante à seca A TMG espera trazer a tecnologia de uma soja transgênic­a tolerante à seca. Desenvolvi­da pela Verdeca, e tendo a TMG responsáve­l pelo desenvolvi­mento, essa soja poderá estar no mercado em 2021 ou 2022.

primeiro evento Alexandre Garcia, da TMG, diz que é um marco porque é o primeiro evento de tolerância à seca em soja submetido à CTNBio para ser aprovado comercialm­ente no Brasil.

 ??  ?? Vaqueiro conduz gado em fazenda perto de Alta Floresta, MT
Vaqueiro conduz gado em fazenda perto de Alta Floresta, MT

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil