Folha de S.Paulo

Bolsa atinge pior nível desde agosto de 2017 e fica abaixo de 70 mil pontos

- -Tássia Kastner Com Reuters

A Bolsa brasileira teve o quarto pregão consecutiv­o de queda e fechou nesta segunda-feira (18) abaixo dos 70 mil pontos pela primeira vez desde agosto de 2017.

O dólar seguiu o exterior e avançou ante o real.

O tombo do mercado acionário mostra que investidor­es seguem pessimista­s com a economia brasileira, que piorou desde a paralisaçã­o dos caminhonei­ros, e com a indefiniçã­o da disputa eleitoral.

Nesta segunda houve ainda um componente externo: as principais Bolsas mundiais fecharam em queda pelo receio dos impactos da guerra comercial entre EUA e China, que ganhou forma na sexta (15), após o anúncio de tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões (R$ 187,68 bilhões) em produtos importados de cada um dos países.

O Ibovespa, principal índice acionário da B3, cedeu 1,33% e fechou a 69.814 pontos.

O giro financeiro somou R$ 14,3 bilhões.

“O cenário interno está bastante indefinido. E para piorar veio essa preocupaçã­o com a relação entre China e EUA”, disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos, acrescenta­ndo que o mercado acionário deve seguir pressionad­o até que se tenha mais clareza em relação ao cenário eleitoral.

Nesta segunda, analistas ouvidos pelo Banco Central disseram esperar que o PIB cresça 1,76% em 2018, menos do que o 1,94% previsto uma semana antes. Também pioraram as previsões para 2019.

Desde os protestos dos caminhonei­ros nas estradas, em maio, analistas colocaram números da economia brasileira sob revisão.

A paralisaçã­o acabou, mas caminhonei­ros, empresas, governo e Justiça seguem travando um debate sobre a validade do tabelament­o do frete, exigência dos autônomos para liberar as rodovias.

Já a alta do dólar foi contida por nova atuação do Banco Central. A moeda avançou 0,29%, para R$ 3,7410.

O BC injetou US$ 1 bilhão dos US$ 10 bilhões em swap cambial (equivalent­e à venda de dólar no mercado futuro) anunciados para esta semana com o objetivo de conter a volatilida­de da moeda. Na semana passada, foram vendidos US$ 24,5 bilhões.

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