Comunicava-se por sinais e gostava de gatinhos
KOKO (1971-2018)
Koko, a gorila cuja aparente aptidão para a linguagem de sinais conquistou fãs em todo o planeta, morreu dormindo na manhã desta terça (19), de acordo com a Gorilla Foundation, que respondia por seu cuidado. Ela tinha 46 anos.
Koko, uma gorila do oeste da África, se tornou uma celebridade instantânea quando era jovem, graças à facilidade com que aprendeu a se comunicar via linguagem de sinais americana. Sua fama cresceu com o passar dos anos e encantou figuras famosas do entretenimento, como Fred Rogers e Robin Williams, e suas audiências.
Aos quatro anos de idade, Koko já tinha um vocabulário de mais de 170 palavras e mostrava a capacidade de usar a linguagem criativamente, disse Penny Patterson, que por muito tempo foi sua treinadora e cuidadora, ao New York Times, em 1975.
“Ela ocasionalmente inventa sinais novos e espantosamente apropriados, e é capaz de combinar palavras de maneira significativa.”
Quando Koko morreu, seu vocabulário era de mais de duas mil palavras, de acordo com a fundação.
Mas logo depois que ela ganhou fama, membros da comunidade científica começaram a questionar a dimensão de sua capacidade, sugerindo que ela, na verdade, respondia a dicas. O debate continuou por décadas, mas pouco fez para diminuir o interesse pela gorila.
Em suas aparições públicas, ela parecia experimentar emoções. Koko exibia muita gentileza para com os gatos. O relacionamento dela com uma gatinha chamada All Ball inspirou um livro infantil.
Koko nasceu em 4 de julho de 1971 no zoológico de San Francisco, e recebeu o nome de Hanabi-ko, ou “filha dos fogos de artifício”. The New York Times, tradução de Paulo Migliacci