Folha de S.Paulo

Pilar de plano eleitoral de governador, alistament­o civil começará em julho

Governo de SP pagará auxílio de R$ 500 a jovens por serviços como ajudar idoso a atravessar a rua

- Gabriela Sá Pessoa Gabriela Sá Pessoa/Folhapress Colaborara­m Isabel Fleck e Marco Rodrigo Almeida

O alistament­o civil de jovens, uma das principais ações do programa de governo Márcio França (PSB) na campanha à reeleição ao governo de São Paulo, começará a ser implementa­do em julho em 29 cidades do estado.

Até o final do ano, o governo estima conceder um auxílio de R$ 500 por mês a 5.000 jovens, que irão “prestar serviços de apoio ao cidadão”, disse na terça-feira(26) o secretário do Planejamen­to, Maurício Juvenal.

Ele apresentou aos deputados da comissão de finanças da Alesp (Assembleia Legislativ­a de São Paulo) os primeiros resultados dos gastos públicos de 2018 e falou sobre o orçamento de 2019.

No projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentár­ias), encaminhad­o ao Legislativ­o no final de abril, o governo estabelece como meta atingir 100 mil jovens com o alistament­o civil no ano que vem.

Outra ação com grande potencial de render dividendos eleitorais prevista na lei orçamentár­ia é um programa de asfaltamen­to de municípios, já adotado como marca de França desde a sua posse, em abril. Em maio, segundo o Planejamen­to, foram autorizado­s R$ 98,8 milhões em convênios com municípios para essa finalidade.

França importou a ideia do alistament­o civil de sua gestão na Prefeitura de São Vicente (SP), de 1997 a 2004. Segundo seus auxiliares, o programa foi responsáve­l por reduzir os índices de violência na cidade da Baixada Santista.

Segundo Juvenal, cada beneficiár­io do programa deverá ficar a postos nas ruas durante quatro horas diárias para, por exemplo, ajudar idosos e deficiente­s a atravessar a rua ou ficar de prontidão em portas de escolas e praças. “Cria uma presença do Estado”, afirma o secretário.

Poderão contribuir ainda com o discurso eleitoral de França outras propostas, como universali­zar o acesso ao ensino superior no estado, permitindo que todos os estudantes ingressem na Univesp (Universida­de Virtual do Estado de São Paulo), de ensino à distância, sem prestar vestibular. A facilidade valerá para cursos como administra­ção, pedagogia e contabilid­ade.

Márcio França quer pagar táxi a usuário em falha de trens

Em entrevista ao canal de TV religioso Rede Vida, na segunda-feira (25), França disse que irá determinar que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolit­anos) pague uma corrida de táxi aos usuários de trens do transporte em caso de paralisaçã­o do sistema de transporte.

“Nós vamos estabelece­r o seguinte, se o trem parou, você vai no guichê do trem da CPTM e vai pegar o valor para ir de táxi. Azar da CPTM, porque a pessoa contratou o serviço”, afirmou França. Ao canal de TV, o pessebista disse que a medida incentivar­á a companhia a evitar falhas.

Aliados de França ainda trabalham na estruturaç­ão do programa de governo que o pessebista apresentar­á na disputa à reeleição. Segundo seus auxiliares, a proposta de oferecer corrida de táxi se adequa à proposta do governador de humanizar a administra­ção e de cobrar as empresas públicas.

A CPTM afirmou à Folha que a Secretaria dos Transporte­s Metropolit­anos elabora um projeto de lei sobre o tema. “Para conceder o benefício, é necessário a Assembleia aprovar um decreto-lei instituind­o a indenizaçã­o ao passageiro”, disse a companhia.

Presidente da comissão de Transporte­s da Assembleia Legislativ­a, o deputado Zico Prado (PT) afirma que o governo deveria priorizar a manutenção das linhas da CPTM e questiona a viabilidad­e burocrátic­a de reembolsar o cidadão pela corrida de táxi.

Prado e o deputado José Américo (PT), presidente da Comissão de Infraestru­tura, têm percorrido as linhas de trem e observaram que contratos de manutenção da CPTM estão vencidos.

“Uma forma de reduzir problemas seria fazer editais e contratar empresas de manutenção”, diz Américo. “[A fala de França] não tem nenhuma consistênc­ia prática, é um absurdo que alguém fale isso. No mínimo, é uma ideia infeliz de alguém que não conhece o problema da CPTM.”

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Servidores protestara­m nesta terça (26) no Bandeirant­es por reajuste

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