Folha de S.Paulo

Tímido, Philippe Coutinho vira protagonis­ta da seleção brasileira

Meia-atacante do Barcelona já fez dois gols no Mundial, um em cada jogo do Brasil na 1ª fase

- Camila Mattoso, Diego Garcia, Luiz Cosenzo e Sérgio Rangel

Os holofotes estão voltados para Neymar, mas é Philippe Coutinho, 26, quem assumiu o papel de protagonis­ta da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia.

Autor de dois dos três gols marcados pela equipe, foi um dos seis atletas até agora neste Mundial que conseguira­m ser eleitos duas vezes o melhor jogador de uma partida.

A seleção lidera o Grupo E com quatro pontos —mesma pontuação da Suíça, vice-líder, que leva desvantage­m no saldo de gols (2 contra 1 ).

Os suíços enfrentam a já eliminada Costa Rica. Os sérvios estão na terceira colocação com três pontos.

“Coutinho é um jogador fenomenal. Em pouco espaço ele consegue criar situações”, afirma o lateral Fagner.

Antes mesmo de assumir a seleção, Tite afirmava que escalaria o meia-atacante em seu time. Ele já colocou o jogador na esquerda e na faixa central do campo.

Contra a Costa Rica, deu nova função ao atleta. Após tirar Paulinho e colocar Firmino, coube a Coutinho ajudar na saída de bola e na criação. Ele praticamen­te jogou de uma intermediá­ria à outra e foi premiado com o gol que abriu o caminho para a vitória brasileira por 2 a 0.

O atleta do Barcelona também já havia marcado contra a Suíça e também no amistoso diante da Áustria, o último da fase de preparação.

Pela primeira vez fez gols em três jogos consecutiv­os com a camisa do Brasil.

Com o desempenho, se tornou o terceiro maior goleador da equipe na era Tite, com oito gols —está atrás de Neymar e Gabriel Jesus, que fizeram dez cada um.

“Coutinho joga muito de externo, flutuando, joga por dentro. Ele é um jogador educado e competitiv­o. Dá para ser competitiv­o, forte e educado ao mesmo tempo”, afirmou o treinador.

Velho conhecido de Neymar, Coutinhote­mestilodis­tintodo atacante do PSG fora de campo. Enquanto o camisa 10 é assíduo nas mídias sociais e gosta de ficar no centro das atenções, Coutinho prefere uma vida mais pacata e tranquila —fruto da sua timidez.

“Eu realmente não gosto de falar sobre mim”, afirmou.

Coutinho foi negociado pelo Vasco com a Inter de Milão em 2008, mas só deixou o país dois anos depois, quando chegou à maioridade.

O jogador não conseguiu se adaptar a Milão e foi emprestado ao Espanyol (ESP), onde conseguiu ter uma sequência de jogos e voltou a chamar a atenção dos italianos. Em janeiro de 2013 foi para o Liverpool, que pagou € 13 milhões (R$ 57 milhões, pelo câmbio atual) por sua contrataçã­o.

Pelo time inglês, deixou o status de promessa para se tornar uma referência. Em cinco anos, fez 54 gols.

Na última janela de transferên­cia, foi para o Barcelona por € 160 milhões (quase R$ 700 milhões), na segunda negociação mais cara da história, atrás apenas de Neymar.

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