Folha de S.Paulo

Tite celebra defesa para mata-mata contra o México

Com Tite, equipe que enfrenta o México, pelas oitavas do Mundial, levou em média um gol a cada quatro jogos

- -Camila Mattoso, Diego Garcia, Luiz Cosenzo e Sérgio Rangel

Festejada pelo quarteto ofensivo, a seleção brasileira de Tite aposta na segurança de sua defesa para superar o México hoje e avançar às quartas da Copa da Rússia. Em 24 partidas sob seu comando, a equipe tomou apenas 6 gols. “A defesa começa lá com o Gabriel”, diz Casemiro, destaque do time.

O quarteto ofensivo, com Willian, Coutinho, Neymar e Gabriel Jesus, começou como a grande esperança da seleção na Copa, mas é na defesa que o técnico Tite confia para ver a equipe chegar às quartas de final.

Ele espera, nesta segundafei­ra (2), às 11h, contra o México, em Samara, a repetição de algo que se acostumou a ter: uma defesa sólida.

Com um gol tomado até agora no Mundial da Rússia, o Brasil foi a segunda equipe menos vazada na primeira fase do torneio —atrás apenas do Uruguai, que passou da fase de grupos sem levar gol.

Comandada pelos experiente­s Thiago Silva e Miranda, ambos de 33 anos, a defesa é considerad­a por Tite o ponto de equilíbrio da seleção brasileira nas oitavas de final.

A última vez que o Brasil não passou do primeiro mata-mata foi na Copa do Mundo da Itália, em 1990.

A consistênc­ia do sistema defensivo não é algo construído apenas no Mundial. Ainda nas eliminatór­ias, Tite acertou o posicionam­ento independen­temente da troca de jogadores e das duas formações utilizadas durante os jogos: o 4-2-3-1 ou o 4-1-4-1.

Em 24 partidas sob o seu comando, foram apenas seis gols sofridos. Ou seja, um a cada quatro jogos.

Para obter bons resultados no esquema defensivo, o treinador conseguiu algo raro na seleção com o seu protagonis­ta. Ele convenceu Neymar a participar do sistema, o que Romário —em 1994— e Ronaldo —em 1998,2002 e 2006— se recusavam a fazer.

O jogador do Paris SaintGerma­in e Gabriel Jesus recuam até a defesa brasileira quando o adversário está com a posse de bola.

No jogo contra o México, Neymar terá a função de perseguir o lateral direito Álvarez.

“Na posição defensiva, não somos só os quatro e o primeiro volante. O poder defensivo do Brasil começa desde o Gabriel. Lá com Neymar e Willian”, disse o volante Casemiro, um dos destaque da equipe.

“Não só os cinco que a galera vê tirando bola, e o goleiro. São os 11 dentro de campo que defendem e os 11 que atacam. Não podemos tirar o mérito deles”, acrescento­u o ex-volante do São Paulo, que jogará pendurado nesta segunda.

A confiança de Tite no setor defensivo pode ser medida pelos capitães da equipe na Copa do Mundo. No rodízio feito pelo treinador, apenas Thiago Silva, Miranda e Marcelo foram escolhidos.

Nesta segunda, Silva colocará a braçadeira pela segunda vez no Mundial.

Apesar do equilíbrio nas últimas partidas, o Brasil leva vantagem nos confrontos com os mexicanos. Até agora, foram 23 vitórias, 10 derrotas e 7 empates.

Foram quatro duelos em Copas, com três vitórias brasileira­s e um empate. No Brasil, em 2014, os dois time empataram em 0 a 0, em Fortaleza.

“Dado estatístic­o, olhando para o passado, tal qual outras referência­s, como vitória de ouro olímpico [quando os mexicanos ganharam do Brasil na final dos Jogos Olímpicos de Londres-2012]. Podemos buscar dados da maneira que convir”, disse o treinador.

Tite confirmou o lateral Filipe Luís como titular na partida. Marcelo, que foi titular nos primeiros jogos, ainda se recupera de uma dor nas costas que o tirou aos 9 minutos do duelo contra a Sérvia, na quarta-feira (27).

“Falei com o Marcelo. Numa situação normal, ele jogaria. O que não pode é o técnico colocar um atleta em situação de inseguranç­a num jogo desse. Eu disse a ele como é legal ter um cara que foi para o campo, ele quer participar. Isso mostra sua responsabi­lidade, seu comprometi­mento, mas me foi colocado que ele teria 45 ou 60 minutos de tempo de segurança. Não posso num jogo decisivo”, afirmou Tite.

O treinador também informou que Fagner continuará como lateral direito titular. Ele ganhou a posição de Danilo.

O jogador do Manchester City jogou a estreia contra a Suíça, mas sofreu uma lesão no quadril durante um treino antes da partida com a Costa Rica, a segunda do Brasil na Copa do Mundo da Rússia. No final de semana, ele foi liberado pelo departamen­to médico da seleção brasileira.

“Falei ao Danilo. Ele vinha jogando bem, ficou dois jogos fora, o Fagner entrou muito bem, permanece. Permanece pelo desempenho nos dois jogos, desempenho de alto nível em dois jogos decisivos”, afirmou o técnico.

Além da vaga nas quartas de final, a vitória nesta segunda-feira garantirá aos cofres da CBF uma premiação de US$ 16 milhões (R$ 62 milhões) paga pela Fifa.

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Eduardo Knapp/Folhapress Thiago Silva durante entrevista coletiva sobre a partida entre Brasil e México

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