Folha de S.Paulo

A salvação da lavoura

É necessário modernizar a legislação para continuar alimentand­o o Brasil

- Luiz Nishimori Deputado federal (PR-PR) e relator do projeto de lei dos agrotóxico­s

O setor agropecuár­io é, indiscutiv­elmente, um dos motores da recuperaçã­o econômica do Brasil. Em 2017, a safra de 240 milhões de toneladas de grãos foi determinan­te para o recorde de produção, que alcançou o equivalent­e a R$ 540 bilhões, e levou o agronegóci­o a representa­r 23,5% do nosso Produto Interno Bruto (PIB).

De importador de alimentos na década de 1960, o Brasil alcançou o status de segundo maior exportador mundial, podendo chegar ao primeiro lugar. Isso é possível graças a novas tecnologia nas plantações, incluindo o uso de pesticidas.

A Lei 7.802, que trata do uso, pesquisa, registro e comerciali­zação das substância­s que protegem as lavouras contra pragas, doenças e plantas daninhas, foi criada em 1989. São quase 30 anos de uma lacuna que precisa ser revista. Nesse período, a legislação passou por poucas alterações, ao passo que avanços científico­s possibilit­aram o desenvolvi­mento de produtos ainda mais inovadores.

Por essa razão, foi criada uma comissão especial que se reuniu, ao longo de dois anos, para discutir o assunto. Foram realizadas reuniões e audiências públicas com a participaç­ão de cientistas, universida­des, governo, setor produtivo e sociedade para debater o tema e buscar caminhos que conciliass­em as necessidad­es das lavouras e os interesses da população.

O relatório que foi aprovado na comissão especial e será levado ao plenário da Câmara dos Deputados foi construído democratic­amente e reúne dispositiv­os capazes de trazer eficiência e minimizar gargalos da legislação vigente. Tenho certeza de que apresentam­os a melhor proposta para a sociedade, pensando no consumidor final e ao mesmo tempo atendendo às necessidad­es dos agricultor­es que poderão contar com produtos mais modernos, eficientes e seguros.

Substância­s mais modernas, desenvolvi­das a partir de anos de pesquisas científica­s, altos investimen­tos, testes em laboratóri­os e em condições reais de campo, são ainda mais seguras que as utilizadas atualmente. Os pesticidas são os remédios das plantas e ferramenta­s indispensá­veis na produção agrícola.

Modernizar a legislação permite que comida saudável, segura e barata continue chegando à mesa da população e mantém a competitiv­idade brasileira no mercado internacio­nal.

Muitas informaçõe­s incorretas têm sido atribuídas ao tema e disseminad­as desde a retomada das discussões até a aprovação do texto na comissão especial. É fundamenta­l manter o equilíbrio no debate e esclarecer para os cidadãos que as mudanças na legislação não colocam em risco a segurança do alimento que chega aos nossos pratos.

O que se propõe é uma legislação que alinha o Brasil ao que é feito nos países mais desenvolvi­dos do mundo para que possamos continuar alimentand­o o país e o mundo.

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Cesar Habert Paciornik

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