Folha de S.Paulo

Modelos alternativ­os a instituiçõ­es ganham espaço

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Enquanto avança a discussão sobre a necessidad­e de vagas, políticas baseadas em novos modelos de cuidado e assistênci­a social para idosos também começam a ganhar espaço —embora ainda restritas a poucos municípios.

Uma dessas estratégia­s é a formação de república para idosos com baixo grau de dependênci­a, capazes de desempenha­r atividades por conta própria e que não querem morar sozinhos.

Pioneira na iniciativa, implementa­da em 1996, a cidade de Santos, no litoral de São Paulo, tem três delas, com capacidade para 29 idosos.

Outro exemplo é o projeto Maior Cuidado, de Belo Horizonte, que oferece cuidadores para idosos com alguma dependênci­a para realizar atividades após avaliação por equipes de saúde e assistênci­a social.

Desde 2011, já foram atendidos 1.837 idosos —atualmente, são 504 em acompanham­ento.

Ao todo, 139 cuidadores se revezam nas funções, cuja rotina varia conforme a necessidad­e do idoso: de uma até oito horas em dias diferentes da semana.

“Isso não substitui as responsabi­lidades múltiplas entre familiares. Não é uma substituiç­ão. A presença de cuidador é para apoiar a família na atenção que aquela pessoa requer”, afirma a diretora de proteção social básica à frente da iniciativa, Eliete Rezende.

A medida foi adotada por Maria da Conceição Silva e a filha Ana Maria em 2014 —as mesmas que abrem esse texto.

Nos primeiros meses, uma cuidadora a visitava à tarde,em quatro dias da semana, para ajudar a fazer exercícios, organizar remédios e outros cuidados gerais.

“No início, eu tinha muita dor na coluna e andava devagar”, conta Maria, que hoje está com 86 anos.

Agora, ela já consegue se mover com apoio de andador, relata.

Com a melhora, o apoio foi mantido em apenas dois dias da semana. “Me ajudou muito”, afirma ela.

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