Folha de S.Paulo

Não há pedido de registro de soro em pó, diz ministério

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Questionad­o sobre a razão para não produzirmo­s soro antiofídic­o em pó, o Ministério da Saúde diz que não há demanda registrada e que a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) tem condições de administra­r as ocorrência­s.

A pasta diz ainda que em 2017 fez mais de 4 milhões de atendiment­os em mais de 5.500 aldeias em 1,1 milhão de km², em um conjunto de 305 etnias e 274 línguas diferentes.

“Segundo dados consolidad­os sobre os acidentes com animais peçonhento­s (...) foram registrado­s 173 em 2017 e 31 em 2018. Desse total, oito foram no Vale do Javari, em 2017 e um em 2018, até o momento. Não há registro de óbitos na região nesse período.”

O ministério também afirma que todo medicament­o e insumo precisa da aprovação da Anvisa e da Comissão Nacional de Incorporaç­ão de Tecnologia­s no SUS (Conitec) antes da disponibil­ização, e que qualquer pessoa pode fazer o pedido de incorporaç­ão.

Segundo a Anvisa, não foi protocolad­o nenhum pedido de registro de soro antiofídic­o provenient­e da Colômbia. Ainda segundo a agência, o tempo regulament­ar para uma análise é de 365 dias ou de 120 em casos prioritári­os. Já a importação por pessoa física é permitida exclusivam­ente para uso individual.

O Butantan afirma que pode produzir o soro seco se o Ministério da Saúde encomendar, mas que isso significar­ia uma etapa a mais no processo produtivo, que demandará tempo e dinheiro. Questionad­o, o porta-voz do órgão não quis fazer estimativa­s, porém.

Pedindo para não ser identifica­do, um técnico do Butantan disse que o investimen­to em uma máquina de liofilizaç­ão seria de cerca de US$ 1 milhão (R$ 3,8 milhões) e, depois, o frasco de soro seco custaria cerca de 50% mais do que o líquido, hoje entre R$ 150 e R$ 200 por dose. Um acidente ofídico demanda vários frascos, dependendo da gravidade.

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