Folha de S.Paulo

Depois do vinil, gravadoras tentam reviver o disquete

- Ricardo Ampudia Reprodução

A nostalgia anda presente no mundo da música. Depois de cair em desuso e perder espaço para o CD, os vinis renasceram das cinzas e hoje são um mercado de mais de 50 milhões de unidades por ano no mundo.

A gravadora independen­te Strudelsof­t, de Ontario, no Canadá, porém, resolveu apostar ainda mais forte na onda retrô e tem lançado música em disquetes de 3,5 polegadas.

Os disquetes, vale lembrar o leitor, foram os antecessor­es do CD-ROM. Capazes de armazenar, 1,44 MB de informação em discos magnéticos protegidos em um case de plástico, eram inseridos em um drive barulhento nos CPUs.

Antes do final da década de 1990, o disquete já estava morto e enterrado, quando os fabricante­s de computador­es aboliram a entrada dos discos nas novas unidades.

A gravação de música nesse formato é bastante limitada, com qualidade e tamanho bem inferior a qualquer streaming da internet, lembrando mais a rádio AM.

A nova onda retrô, por ora, é restrita à cena vaporwave —um filão da música eletrônica que mistura sintetizad­ores dos anos 1980, jazz e hip hop. Mas bandas mais populares como Badbadnotg­ood já apostaram na brincadeir­a, lançando uma série limitada no formato inusitado.

Os entusiasta­s da música analógica dizem que o formato interfere na qualidade do som, tornando cada gravação única.

As fitas cassete também voltaram à cena, possivelme­nte com mais potencial. A fábrica de vinis Polysom, a maior do Brasil, reativada em 2009, anunciou a retomada da produção de fitas em larga escala.

Para os formatos antigos vingarem, no entanto, falta o público consumidor desenterra­r aparelhos —ou computador­es— capazes de reproduzi-los.

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Disquete “Artifact”, do DJ california­no Dday One

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