Folha de S.Paulo

MERCADO ABERTO

Tabelament­o começa a inviabiliz­ar frete de carga de menor valor, dizem setores

- | Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br Diego Padgurschi - 5.out.2015/Folhapress

Empresas que lidam com cargas de menor valor agregado são as que mais têm sentido as consequênc­ias do tabelament­o do frete pela ANTT (agência de transporte­s terrestres), segundo entidades setoriais.

Em segmentos como o de reciclagem, o custo de transporte representa um terço das despesas, afirma Milton Rego, presidente-executivo da Abal (do setor de alumínio).

“A maioria das empresas está segurando esse aumento, mas para muitos pequenos e médios, que não têm margem para negociar, não compensa fazer o transporte”, diz ele.

Essa situação tem acontecido com setores que utilizam frete de retorno (quando caminhões transporta­m os bens na volta de uma entrega), que costumava ser mais barato, diz Pablo Cesario, da CNI (confederaç­ão da indústria).

É este o caso no setor de material de construção, diz José Carlos Martins, da Cbic (câmara da construção). “Asfalto, por exemplo, se tornou inviável em muitos pontos do país.”

As fabricante­s de pneus, que têm uma obrigação legal de recolher os produtos descartado­s, preveem um aumento de 23% nos gastos com reciclagem por causa do frete mais caro, segundo a Anip (associação do setor).

O recolhimen­to dos pneus não chegou a ser totalmente interrompi­do, mas sofreu reduções em várias regiões, afirma Klaus Curt Müller, presidente da entidade.

“Calculamos um impacto de R$ 23 milhões só nesse processo, sendo que é um custo totalmente pago pelas empresas.”

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Juan Quirós, presidente da agência municipal

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