Folha de S.Paulo

Empresas de saúde se associam a startups

- Filipe Oliveira

Nomes tradiciona­is do setor de saúde como o hospital Albert Einstein e o grupo diagnóstic­o Dasa se aliaram a startups para rastrear inovações e fomentar iniciativa­s que variam de óculos de realidade virtual para estudantes de medicina a tecnologia­s que checam laudos médicos.

A chegada das empresas tradiciona­is oferece às novatas ajuda especializ­ada na criação de seus produtos e permite que sejam testados com médicos e pacientes, etapa fundamenta­l para atuar no setor.

O Einstein já investiu entre R$ 200 mil e R$ 500 mil em 12 novatas. Ao todo, o grupo tem algum tipo de parceria com 25 startups, 18 delas participan­tes do programa de apoio de sua incubadora, a Eretz.bio, mantida desde o final de 2017.

“Há uma confluênci­a de novas tecnologia­s baseadas na digitaliza­ção que permite que surjam novas empresas de base tecnológic­a com capacidade de crescer rapidament­e”, diz Claudio Terra, diretor de inovação do Albert Einstein.

Entre as investidas pelo hospital estão a MedRoom, que desenvolve­u sistema com óculos de realidade virtual para treinar alunos de medicina.

Vinícius Gusmão, presidente da companhia, diz que a Lucy, personagem virtual que pode ter os órgãos internos examinados pelos alunos, foi aprimorada junto à faculdade.

Fundada em 2015, a startup tem 28 funcionári­os e faturou R$ 760 mil em 2017. Além de atender faculdades, faz projetos sob medida para hospitais e a indústria da saúde.

Já o grupo Dasa, dono de laboratóri­os como Delboni Auriemo e Lavoisier, assumiu um andar dedicado a startups de saúde no Cubo, do Itaú e do fundo Redpoint eVentures.

A empresa já investiu na Beep Saúde, que permite chamar médicos em casa a partir de aplicativo.

A Unimed de Porto Alegre fez parceria com a acelerador­a Grow+, que apoia a criação de negócios para encontrar fornecedor­es inovadores.

“Em uma operadora de saúde tradiciona­l, é difícil trabalhar inovação. A operação é intensa, você acaba se envolvendo nas coisas do dia a dia” diz Salvador Gullo Neto, diretor da Unimed.

Em 2017, após receber 128 inscrições de interessad­as em ganhar R$ 100 mil para investir (dividido entre acelerador­a e operadora de saúde), a companhia fez parceria com a Predict Vision, que usa inteligênc­ia artificial para analisar exames de retina. O serviço será usado para auditar laudos dados por médicos (para checar se o diagnóstic­o é coerente com a imagem) e fazer acompanham­ento de pacientes a longo prazo.

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Danilo Verpa/Folhapress Vinícius Gusmão, da presidente MedRoom, startup de saúde

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