Folha de S.Paulo

Variação de estilo e contra-ataque são virtudes do México

Avaliação do rival do Brasil no jogo de hoje pelas oitavas de final é feita com base em mais de mil minutos de vídeo

- -Camila Mattoso, Diego Garcia, Luiz Cosenzo e Sérgio Rangel

Um adversário que tem como ponto forte o contra-ataque e a variação frequente de estilos de jogo mantendo a mesma base. É assim que a seleção avalia o México, rival nas oitavas de final da Copa do Mundo nesta segunda-feira (2), às 11h (horário de Brasília), em Samara.

A comissão técnica do time brasileiro chegou a essas conclusões após um relatório feito em cima de dez vídeos com os jogos do adversário no período anterior à Copa do Mundo e das três partidas do adversário na primeira fase do Mundial, reunindo mais de mil minutos.

O relatório já foi entregue por observador­es técnicos brasileiro­s para a comissão técnica. Assim que recebeu o conteúdo, Tite e os auxiliares Cleber Xavier, Sylvinho e Matheus Bachi, além de Fernando Lázaro, analista de desempenho do time brasileiro, começaram a trabalhar com as informaçõe­s sobre o México.

A reunião foi realizada na manhã de sexta-feira (29) no hotel onde a seleção está concentrad­a, em Sochi (pronuncia-se Sôtchi).

O trabalho de pesquisa do México em partidas anteriores ao início do Mundial foi feito por Fábio Moreno, analista de desempenho do Fluminense. Ele está na equipe carioca desde o início de 2017 e trabalhou como observador técnico da seleção olímpica na conquista do ouro inédito na Rio-2016.

Já os três jogos do time comandado pelo técnico colombiano Juan Carlos Osorio no Mundial da Rússia foram observados pelos analistas Maurício Dulac, Carlos Bressane e Bruno Baquete.

Eles assistiram aos triunfos mexicanos sobre a Alemanha e a Coreia do Sul e ao revés diante da Suécia.

No relatório apresentad­o para Tite, constam tópicos como a transição defensiva e ofensiva e o momento ofensivo e defensivo, além de bola parada, modelo de jogo e análise individual de cada um dos atletas da seleção do país da América do Norte.

Uma das situações observadas é que a equipe mexicana tem volantes que constroem as jogadas e o contra-ataque, arma usada na surpreende­nte vitória sobre a Alemanha, pela primeira rodada.

A comissão técnica brasileira também admite que muita coisa pode ser modificada, já que Osorio, ex-técnico do São Paulo, pensa cada jogo de maneira diferente.

“O treinador deles é muito esperto, trabalhou no São Paulo, e já me falaram muito bem dele. Tenho certeza de que ele vai querer nos surpreende­r”, disse o volante Casemiro.

Ele e os demais jogadores devem receber individual­mente vídeos sobre o comportame­nto da equipe mexicana com pontos fortes e fracos.

Como a classifica­ção pode ser decidida nos pênaltis, os goleiros também terão um relatório dos principais cobradores do adversário.

A comissão técnica da seleção brasileira iniciou o acompanham­ento de todas as equipes classifica­das para a Copa do Mundo em setembro do ano passado.

Na oportunida­de, ficou definido após a realização de um sorteio quais clubes da Série A do Campeonato Brasileiro de 2017 iriam analisar os países classifica­dos para o Mundial.

“Montamos um modelo de relatório que contempla a questão tática dos adversário­s como um todo, principalm­ente a forma de jogar e a análise individual dos atletas. Além do relatório, os analistas produzem vídeos exemplific­ando as situações de jogo, como ilustração do que está no documento”, afirmou Fernando Lázaro, coordenado­r do CPA (Centro de Pesquisa e Análise) da CBF.

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Eduardo Knapp/Folhapress Neymar em treino de reconhecim­ento do gramado da Arena Samara

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