Folha de S.Paulo

Pesquisado­r, empenhou a vida ao ensino superior

- Ricardo Hiar coluna.obituario@grupofolha.com.br

Egon José Schramm nunca escondeu o grande amor que tinha pela vida acadêmica nem quanto acreditava na transforma­ção advinda do conhecimen­to.

Empenhado, o profission­al iniciou sua carreira como professor de biologia na Furb (Universida­de Regional de Blumenau), de onde só saiu mais de 30 anos depois, acumulando no currículo não apenas a função docente. Ele também foi coordenado­r, diretor, vice-reitor e reitor.

Apesar de não ter parado de trabalhar mesmo depois de aposentado, ele dizia ter a sensação de dever cumprido. Como legado, deixou como destaque a importânci­a de se investir em cultura e em pesquisa no ensino superior.

Egon nasceu e cresceu na cidade de Gaspar (SC), vizinha a Blumenau. Saiu de lá no início da juventude, em busca de realizar o sonho de cursar biologia no Rio Grande do Sul. Filho de um agricultor, foi pioneiro na família ao ingressar na área da educação.

O estado gaúcho represento­u grandes mudanças para Egon, que, além da graduação, ainda concluiu a especializ­ação e o mestrado em genética. Foi nessa época que ele conheceu Marilena, também professora, com quem se casou em 1980.

Apesar dos bons resultados no RS, ele optou por voltar às origens e dedicar-se como profission­al na região onde nasceu. O gosto pela administra­ção universitá­ria surgiu pouco tempo após iniciar as experiênci­as em sala de aula. Muito engajado, ainda atuou como presidente da Associação Catarinens­e das Fundações Educaciona­is (Acafe) e do Conselho Estadual de Educação.

As múltiplas funções exigiam bastante tempo, mas isso não fez com que Egon deixasse a família em segundo plano. O professor sempre foi um marido e pai amoroso.

Além de curtir a família no tempo livre, ele gostava muito de música e de carros antigos. Sempre que podia passava horas cuidando do fusca 68 que herdou do pai e que mostrava com orgulho em exposições de carros antigos.

Já o gosto pela música fez com que ele criasse, em sua gestão como reitor, a Orquestra da Furb, que virou tradição na cidade.

No último dia 30, uma semana antes de completar 67 anos, Egon morreu, vítima de um câncer. Deixa a mulher,

dois filhos e um neto.

7º DIA

FLAVIO DOS SANTOS BARROSO FILHO Nesta quarta (11), às 12h30, na igreja São Pedro São Paulo, rua Circular do Bosque, 31

EM MEMÓRIA

PASCOAL RUBENS CREMA SCATTONE Nesta terça (10), às 9h, na igreja de Santa Terezinha, rua Maranhão, 617,Higienópol­is

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