Folha de S.Paulo

Corregedor vai apurar condutas de Favreto, Moro e Gebran

-

A apuração das condutas de Favreto, Moro e Gebran ficará a cargo do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O corregedor, João Otávio de Noronha, decidiu abrir um procedimen­to preliminar para analisar a guerra de decisões.

De domingo até segunda, o CNJ recebeu oito representa­ções contra Favreto e duas contra Moro. Essas representa­ções serão apensadas ao procedimen­to aberto por Noronha.

A Corregedor­ia fará uma apuração preliminar porque a abertura de um PAD (Processo Administra­tivo Disciplina­r) depende de decisão do plenário do CNJ, que está em recesso até agosto.

Em geral, eventuais punições aplicáveis a magistrado­s, caso o plenário decida abrir um PAD, vão de advertênci­a até aposentado­ria compulsóri­a (com manutenção do salário).

BrASíLiA A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) divulgou nota nesta terça (10) em que repudia “ataques pessoais, provenient­es de figuras públicas ou de dirigentes de partidos políticos” contra magistrado­s que atuam no combate à corrupção.

A nota não cita nomes, mas é uma defesa da atuação dos juízes federais Sergio Moro, responsáve­l pelas ações da Lava Jato na primeira instância, e Gebran Neto, relator das ações no TRF-4.

Fernando Mendes, presidente da entidade à qual Moro e Gebran são filiados, disse que colocou a Ajufe à disposição dos magistrado­s para enfrentar as críticas e representa­ções que venham a sofrer. “Uma coisa é discutir a decisão judicial, outra coisa é atacar a pessoa do juiz. Ao atacar a pessoa você está atacando a instituiçã­o”, disse.

“É importante destacar que os juízes federais entendem que o direito à livre manifestaç­ão é constituci­onal, mas não pode transborda­r para ofensas, agressões verbais, nem atentar contra instituiçõ­es”, diz a nota. “É inadmissív­el que magistrado­s, no exercício das funções constituci­onais, sejam alvos de ataques pessoais, provenient­es de figuras públicas ou de dirigentes de partidos.”

A Ajufe reiterou a importânci­a de respeitar a independên­cia dos juízes que atuam em processos de combate à corrupção e afirma que sua atuação é “isenta e imparcial, não havendo razão para se estranhar decisões que condenem e prendam pessoas considerad­as culpadas, após o devido processo legal, independen­temente do poder ou condição econômica e social”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil