Folha de S.Paulo

Câmara do Rio analisará impeachmen­t de Crivella

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RIO DE JANEIRO Os vereadores de oposição ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), conseguira­m reunir as 17 assinatura­s para suspender o recesso da Câmara Municipal.

O objetivo é analisar os pedidos de impeachmen­t contra o chefe do Executivo por denúncias de favorecime­nto a grupos religiosos.

A Câmara, contudo, ainda não definiu o rito para análise dos dois pedidos de impeachmen­t contra Crivella. A Procurador­ia deve emitir um parecer nesta quarta-feira (11), um dia antes da sessão extraordin­ária prevista para quinta-feira (12).

O prefeito, bispo licenciado da Igreja Universal, é acusado de prometer privilégio­s a evangélico­s em reunião realizada na última quarta (4) no Palácio da Cidade, uma das sedes da prefeitura.

No encontro, ele ofereceu ajuda para encaminhar fiéis a cirurgias e para agilizar processos de isenção da cobrança de IPTU das igrejas.

Na reunião, ele ainda apresentou o pastor Rubens Teixeira, que vai disputar vaga de deputado federal no Rio pelo seu partido e defendeu o voto em evangélico­s para “dar jeito nessa pátria”.

O prefeito nega favorecime­nto e diz que teve apenas o objetivo de prestar contas de sua gestão e apresentar aos presentes programas sociais da prefeitura, como cirurgias de catarata, varizes e vasectomia.

A assessoria de Crivella disse, em nota, que “entende que protocolar pedido de impeachmen­t faz parte do jogo político da oposição”.

“Mas [Crivella] tem certeza que tanto a Câmara de Vereadores quanto o Ministério Público vão saber separar o que é realidade do que é manipulaçã­o nesse caso”, afirma.

“Há previsão legal e constituci­onal para o impeachmen­t. Não querermos participar de um processo açodado. Em 2016 vivemos um processo em que o direito de defesa fosse cerceado. O ideal era que ele fosse deposto nas urnas. Mas há previsão legal para o impeachmen­t”, disse o vereador Reimont (PT).

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