Brasil sobe em ranking de inovação, mas não lidera na América Latina
NOVA YORK O Brasil subiu cinco posições no Índice Global de Inovação de 2018, mas ainda está longe de ser uma potÍncia inovadora e, mesmo na América Latina, não consegue ficar entre os trÍs países que são referÍncia no tema.
No ranking deste ano, o país ocupa a 64ª posição entre as 126 economias avaliadas, segundo classificação anual divulgada nesta terça-feira (10).
O índice é calculado por Universidade Cornell, faculdade de administração Insead e Ompi (Organização Mundial da Propriedade Intelectual).
A Suíça se manteve na liderança, enquanto a China entrou na lista das 20 economias mais inovadoras. Os Estados Unidos caíram da quarta para a sexta posição.
Lorena Rivera, consultora em políticas de inovação da Ompi, diz que, no caso do Brasil e de outros latino-americanos, o nível de investimento em pesquisa e desenvolvimento é bom, mas isso não se traduz necessariamente em resultados e em mais inovação.
“Há muitas razões que podem explicar isso, mas uma delas é que as políticas implementadas não são necessariamente de longo prazo”, diz.
Na América Latina e no Caribe, o país aparece em sexto lugar em uma relação de 18 economias —os trÍs primeiros são Chile, Costa Rica e México.
Ainda assim, houve avanços no Brasil, afirma Soumitra Dutra, professor do Cornell SC College of Business.
“Estive recentemente no Brasil, e o que me impressionou foi a liderança que agora é compartilhada entre o governo e o setor privado”, afirma.
A evolução teve como base melhora nos indicadores brasileiros, e não uma piora de outras economias, diz.
O Brasil tem desempenho melhor em gastos com pesquisa e desenvolvimento, importações e exportações líquidas de alta tecnologia, qualidade de publicações científicas e universidades.
Os destaques são a USP (Universidade de São Paulo), a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).