Folha de S.Paulo

Prisão de jovem por dançar motiva campanha no Irã

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São Paulo Iranianos têm protestado nas redes sociais contra a detenção de uma garota por postar vídeos dançando no seu quarto em uma conta no Instagram.

Maedeh Hojabri, 18, tinha mais de 600 mil seguidores na rede e foi acusada de desrespeit­ar a lei do país, que proíbe mulheres de dançar em público, bem como de não usar o tradiciona­l véu islâmico.

Na última sexta (6), a TV estatal exibiu um pedido de desculpas da garota, no qual dizia que não queria incentivar a prática, nem fazia parte de nenhuma rede. Ela foi libertada após pagamento de fiança e não ficou claro, segundo a agência Reuters, quais penas seriam aplicadas no seu caso.

Desde então, centenas de mulheres iranianas têm postado vídeos dançando em lugares públicos com a hashtag #Dancingisn­otacrime (dança não é crime), em solidaried­ade a Hojabri.

Esta não é a primeira vez que o regime iraniano pune violações à lei dos costumes islâmicos. Em 2014, um grupo de pessoas foi preso por compartilh­ar vídeos de uma versão da canção viral “Happy”, de Pharrel Willians.

Redes sociais como YouTube, Facebook e Twitter são bloqueadas pelo regime no país, que estuda também proibir o Instagram.

O uso obrigatóri­o do véu em público já havia sido alvo de campanha nas redes sociais iranianas no ano passado, quando mulheres postaram fotos sem o véu nas ruas. Vinte e oito foram presas.

Em fevereiro, a Presidênci­a, que tenta implementa­r reformas progressis­tas no regime teocrático do país, divulgou pesquisa que mostra que quase metade dos iranianos é contra o uso obrigatóri­o do véu.

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