Montagem em São Paulo irradia dramaturgia frágil e estranho saudosismo
Caixa de Memórias ***** CCSP, r. Vergueiro, 1.000. Sex. e sáb., às 21h, dom., às 20h. ingr.: r$ 20. 14 anos.
“Caixa de Memórias” trata de diversas gerações de uma família em um apequenacidade brasileira a olongo do século 20. A peça de José Eduardo Vendramini dedica especial atenção à sucessiva desagregação familiar e emocional, sem disfarçar um estranho saudosismo coma época na qual“apalavrado homem” valia tanto ou maisqueu ma assinatura.
Emana do texto a saudade de quando o homem estava mais conectado coma natureza e o trabalho. A nostalgia aponta um percurso desumanizante, mas também flerta silenciosamente com um espírito conservador.
Por mais verdadeira que seja o desamparo coma civilização atual, buscara lento em um passa domais puros empreso a ingênuo.
Masa encenação de Mar cio Aure lio traz um acena crítica e inteligente, um belo exercício de composição moderna. O palco se transforma num quadro em movimento em que atores criam imagens com gestos precisos e coletivos.
O trabalho de conjunto é marca da montagem e não surge só em movimentos corais e coreografados mas ainda em atuações como outro, algora rono teatro atual.
A qualidade de um ator como Walter Breda aparece também no empenho com que busca a verdade de se suas ações naqueles com quem contracena. Ele parece estar sempre atento aos companheiros de palco.
Todo o elenco parece engajado na coletividade. A encenação navega entre tempos, sobrepõe campos de percepção eé atenta ao gesto social das personagens, sem dar margem a afetações. A peça faz brilhar os momentos de maior sensibilidade do texto quando a ideia de “tempo” se impõe poeticamente.
É uma peça desigual. Se fica marcada por uma cena de enorme força, nunca deixa de irradiar uma dramaturgia frágil e saudosista. Marcelo Coelho O colunista está em férias