Folha de S.Paulo

Mostra traça elo entre arte dos anos 1960 e a atualidade

‘Mínimo, Múltiplo, Comum’ ressalta aspectos que se repetem entre obras da época e outras, contemporâ­neas

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São Paulo Pinturas de figurações simples, planas e sintéticas compõem a exposição “Mínimo, Múltiplo, Comum”, em cartaz até 17 de setembro na Pina Estação (região central).

Com mais de cem obras, a mostra reúne trabalhos de seis artistas de gerações e círculos culturais distintos.

São eles: Amadeo Lorenzato (1900-1995), Chen Kong Fang (1931-2012), Eleonore Koch (1926), Marina Rheingantz (1983), Patricia Leite (1955) e Vânia Mignone (1967).

O conjunto, produzido a partir da década de 1960, engloba quase sete décadas de produção no Brasil.

“A ideia é acentuar as singularid­ades da inovações das pinturas que surgiram na década de 1960 e colocá-las em relação às produções contemporâ­neas que também se valem de recursos semelhante­s”, afirma o curador da mostra, José Augusto Ribeiro.

Ele relembra que, quando as pinturas de artistas como Lorenzato, Fang e Koch surgiram, nos anos 1960, elas eram descritas como ingênuas — designação comum na época para categoriza­r as obras que destoavam da tradiciona­l arte moderna.

Mas, de autodidata­s ou naïfs essas pinturas não têm nada, prossegue o curador.

Koch aprendeu a técnica da têmpera com o pintor Alfredo Volpi (1896-1988), e Lorenzato estudou na Europa. Já Fang, nascido na China e naturaliza­do brasileiro, aprendeu em seu país de origem uma técnica com nanquim.

Para José Augusto Ribeiro, o que fazia com que eles fossem chamados de ingênuos era “o fato de pintarem assumindo o plano da pintura”, ou seja, com imagens sem perspectiv­a, o que coincide com aspectos naïf; mas, diz, essas também “são caracterís­ticas da arte moderna que, como no cubismo, se assume plana e com recursos elementare­s”.

Para o curador, esses rótulos são formas de diminuir artistas que têm capacidade de imaginação e técnicas de pinturas que ele classifica como “impression­antes”. Mínimo, Múltiplo, Comum Pina Estação, largo General Osório, 66, tel. (11) 3335-4990. Até 17/9. Seg. e qua. a dom.: 10h às 17h30. Grátis

Isabella Menon

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Divulgação Pintura da artista campineira Vânia Mignone (2006)

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