Folha de S.Paulo

Rua no Itaim passa por reurbaniza­ção bancada por restaurant­es

- -Flávia G. Pinho

SÃO PAULO Quem passa pelo trecho final da rua Jerônimo da Veiga, entre a Manoel Guedes e a João Cachoeira, já pode notar a diferença: 15 vagas de estacionam­ento sumiram.

No lugar, surgiram calçadas mais largas, que em breve vão ganhar novo mobiliário urbano, como canteiros, bancos, bicicletár­io e lixeiras.

Quem idealizou foi o grupo de restaurant­es que tem como sócio o chef Rodolfo de Santis, 31. Além do Nino Cucina, da Salumeria e do Da Marino, vai inaugurar o Giuletta e um novo empreendim­ento, ainda sem nome, no imóvel onde funcionava o Piove —os cinco ocupam o mesmo quarteirão.

A Elo entrou como patrocinad­ora. Santis não quis divulgar valores do projeto, gestado ao longo de dois anos.

“Meus restaurant­es têm muita demanda e a rua estava atravancad­a. A calçada tinha tantos desníveis que era impossível passar com uma cadeira de rodas”, afirma.

O projeto foi submetido à aprovação da Prefeitura Regional de Pinheiros. Foi assinado um termo de doação de serviço —na prática, o grupo empresaria­l acertou pagar a conta a fundo perdido.

“Parcerias do gênero são sempre bem-vindas. É um movimento que veio para ficar e temos todo o interesse em aprovar”, diz a prefeita regional Juliana Ribeiro.

A versão completa do projeto, do arquiteto Marcelo Safadi, prevê que as modificaçõ­es se estendam por toda a rua.

“Como a negociação com moradores e empresário­s promete ser complexa, não arrisco dizer quando vamos concluir tudo”, diz Santis.

Não é a primeira experiênci­a do tipo envolvendo restaurant­es de São Paulo. Em 2005, a rua Amauri, também no Itaim Bibi, teve um trecho remodelado. A obra de R$ 1,7 milhão foi bancada pela construtor­a JHSF e empresário­s.

A rua era à época um dos mais badalados corredores gastronômi­cos da cidade, e ganhou fios enterrados, novo piso, bancos e jardins.

Dois anos depois, foi a vez da rua Avanhandav­a, na Bela Vista. A iniciativa partiu do restaurate­ur Walter Mancini, dono da cantina Famiglia Mancini e de outros seis estabeleci­mentos na mesma rua.

A calçada ganhou piso novo. Paisagismo, reforma do sistema para escoamento de águas pluviais e postes de iluminação entraram no pacote.

“A remodelaçã­o dobrou o valor dos imóveis e tornou a rua mais segura. A Avanhandav­a virou ponto turístico”, afirma Mancini, cujos cinco restaurant­es recebem 50 mil pessoas por mês. Só na Famiglia Mancini, 40% são turistas.

Ele também ficou responsáve­l pela manutenção. Por mês, diz gastar R$ 20 mil com consertos e jardinagem. As obras ali estão longe do fim, com novos canteiros, postes baixos de iluminação e um palco de circo para uso público. O investimen­to foi de R$ 300 mil.

A estrutura abrigará espetáculo­s a partir de agosto. Para manter o funcioname­nto, foi acertado patrocínio com a empresa American Express.

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