Folha de S.Paulo

Procurador­ia-Geral defende Moro em processo de Lula

Defesa de Lula tenta retirar magistrado de ação sobre sítio, e PGR critica ‘insistênci­a infundada’ de advogados

- UOL Eduardo Anizelli/Folhapress

A Procurador­ia-Geral da República se posicionou contra o pedido da defesa do ex-presidente Lula para considerar o juiz Sergio Moro suspeito e afastá-lo da ação sobre o sítio de Atibaia. Segundo o subprocura­dor-geral Nívio de Freitas Silva Filho, Moro foi imparcial no processo.

são paulo A Procurador­iaGeral da República posicionou-se contra um pedido de suspeição feito pela defesa do ex-presidente Lula (PT) contra o juiz Sergio Moro e ainda afirmou que o magistrado “se manteve imparcial durante toda a marcha processual” no caso do sítio de Atibaia (SP).

Os advogados queriam tirá-lo do caso por considerál­o parcial para julgar o ex-presidente na ação que trata da reforma da propriedad­e rural no interior de São Paulo. Lula é acusado de ter despesas bancadas pelas empreiteir­as OAS e Odebrecht.

O subprocura­dor-geral da República Nívio de Freitas Silva Filho apresentou parecer na última segunda (9), um dia após o embate jurídico dentro do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) em torno de um pedido para a libertação de Lula, que está preso em Curitiba desde abril cumprindo pena relativa ao processo do tríplex de Guarujá (SP).

O documento foi encaminhad­o ao ministro Félix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça) —instância em que a petição tramita agora, depois de ter sido negada tanto por Moro quanto pelo TRF-4.

Para Silva Filho, há uma “insistênci­a infundada” da defesa do ex-presidente com pedidos para afastar Moro de processos de Lula. “Segundo bem assinalado pelas instâncias ordinárias, já foram julgadas improceden­tes inúmeras exceções de suspeição.”

O subprocura­dor considera que o inconformi­smo tem como objetivo “rediscutir indefinida­mente os termos da condenação proferida de forma escorreita após ampla ponderação do contexto fático”, referindo-se ao caso do tríplex.

Todos os pontos de parcialida­de de Moro postos pela defesa foram refutados pelas instâncias inferiores, salientou. Entre eles, estão comentário­s sobre a Lava Jato e de que já haveria um pré-julgamento em relação a Lula.

“[As instâncias] concluíram que a defesa não demonstrou a quebra de imparciali­dade do magistrado natural da causa. Assim, inviável a declaração de nulidade de todos os atos praticados no curso da ação penal”, afirmou o subprocura­dor.

O caso ainda deverá ser analisado pelo ministro Fischer. Não há prazo para que a decisão seja proferida no Superior Tribunal de Justiça.

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O deputado Fernando Capez em seu gabinete na Assembleia Legislativ­a

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