Folha de S.Paulo

BÉLGICA EM TERCEIRO

Hazard comemora seu gol na vitória por 2 a 0 sobre a Inglaterra

- -Camila Mattoso, Diego Garcia, Luiz Cosenzo e Sérgio Rangel

Camisa 10 da seleção brasileira e jogador mais caro do futebol mundial, Neymar tinha a Copa do Mundo como aposta de trampolim para vencer o prêmio de melhor jogador do mundo. Deixou a Rússia no dia 7 de julho, mais de uma semana antes da final, menor e ironizado.

De férias no Brasil, o atacante não deixou de ser assunto no país do Mundial. Foi criticado por ex-jogadores, ironizado pela mídia internacio­nal e por dirigentes da Fifa.

A Copa represento­u, além do fracasso em campo, atritos fora dele para o atacante e seu estafe. Viveu relação conturbada com a Rede Globo, principal emissora do país, que transmitiu o Mundial com exclusivid­ade na TV aberta. Em 2014, Neymar teve contrato para participar de programas da emissora.

O ex-jogador Ronaldo, comentaris­ta da Globo, se afastou do pai e do filho. Eles já fizeram negócios juntos e depois romperam. Nos bastidores, o ex-atacante costuma reclamar do que considera ganância do pai do camisa 10.

Neymar também entrou em rota de colisão com Galvão Bueno, principal narrador da emissora. O estopim foram as críticas que sofreu após os dois primeiros jogos, que levaram até o pai do jogador a tentar colocar panos quentes.

“As análises, assim como toda a cobertura da Globo, são feitas de maneira imparcial e sem distinção entre os jogadores”, disse a Globo na época.

Apesar de deixar o Mundial com a imagem desgastada, especialis­tas no mercado publicitár­io ouvidos pela Folha acreditam que inicialmen­te o jogador não perderá dinheiro com os seus patrocinad­ores.

Eles avaliam que Neymar poderá recuperar a imagem se voltar a jogar bem no seu clube no início da temporada. Nenhuma marca deixou de patrociná-lo.

Atualmente, Neymar tem 13 patrocinad­ores. Ao longo da carreira, foram mais de 25 empresas parceiras.

Durante a Copa, o atacante foi garoto-propaganda do McDonald’s. Após a eliminação, um comercial com o jogador deixou de ser exibido na televisão.

“A campanha foi desenhada para terminar na primeira fase da Copa do Mundo. Houve até uma extensão por outras razões, mas já era previsto que não estaria no ar neste momento. Não há nenhuma relação com a queda da seleção”, diz David Grinberg, diretor de comunicaçã­o do McDonald’s no Brasil.

Neymar pai é quem decide o cronograma publicitár­io do filho e toma conta de suas finanças, sendo sócio principal —ao lado da mãe do jogador, Nadine, de quem está divorciado desde 2015— das duas empresas que administra­m a carreira do atleta.

Na Rússia, a família do jogador foi a única que ficou o tempo todo no Swissôtel, em Sochi, o mesmo da seleção durante a estadia no Mundial. Os demais parentes estavam em um grupo de 120 pessoas num outro complexo hoteleiro, em logística montada pela CBF para unir os convidados dos atletas.

Cerca de 15 amigos próximos de Neymar também seguiram o jogador na Rússia, mas estiveram junto aos demais convidados da delegação brasileira.

O atacante não deu entrevista­s depois da queda na competição. Ele só falou em seu perfil na rede social Instagram, onde tem 99,8 milhões de seguidores. “Posso dizer que é o momento mais triste da minha carreira”, escreveu.

Na Rússia, ele só falou rapidament­e na zona mista pós-jogo contra a Suíça, quando sofreu 10 faltas e deixou o campo mancando, e ainda respondeu três perguntas em entrevista coletiva depois da vitória sobre o México, quando era obrigado por protocolo da Fifa, já que havia sido eleito o melhor em campo na partida.

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Giuseppe Cacace/AFP

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