Folha de S.Paulo

Casa edificada sobre areia

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Não bastasse a peleja pública travada pelos advogados na esfera criminal, Lula terá que manejar nova disputa, agora entre defensores que atuam na eleitoral. Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça escalado para representa­r o petista no TSE, tem batido de frente com Luiz Fernando Pereira, o consultor do PT que sustenta que, mesmo condenado em segunda instância, o ex-presidente poderia disputar a eleição. A sigla teme que, preso, Lula vá para a batalha jurídica com o time em pé de guerra.

de quem chegar primeiro

Lula já é alvo de uma ação no Tribunal Superior Eleitoral impetrada na semana passada pelo MBL. Quando Aragão, advogado constituíd­o na corte, foi entregar a defesa, descobriu que Pereira já havia encaminhad­o uma peça ao tribunal.

por direito

O ex-ministro da Justiça se sentiu atropelado. A confusão chegou à cúpula do partido. Pereira foi levado ao PT por Gleisi Hoffmann, presidente da legenda, que agora está fora do país.

querem um pedaço dele

O partido está em agonia com as desavenças entre os advogados, já célebres pela troca de farpas entre Sepúlveda Pertence e Cristiano Zanin. O PT começa a achar que a briga de egos dos defensores deixará Lula como a maior vítima.

pingos nos is

Gleisi diz que tem pregado a potenciais aliados a tese de que se Lula for impedido de chegar às urnas, a eleição pode ser deslegitim­ada. Mas nega os relatos de que teria pregado boicote à disputa caso ele não seja candidato.

tons de cinza

Numa tentativa de alavancar a aliança com o centrão, o coordenado­r do plano econômico de Ciro Gomes (PDT), Mauro Benevides, encontra nesta terça (17) técnicos indicados pelo consórcio DEM, PP e Solidaried­ade.

daí para baixo

O bloco de partidos quer usar a reunião para ver se é possível chegar a um meio-termo nas propostas do pedetista. Ao menos uma já promete ser alvo de polêmica: Ciro estuda um limite para a dívida pública. O centrão torce o nariz para a ideia.

vai ter luta

Integrante­s do DEM que são contra o apoio a Ciro dizem que, se o bloco fechar com o pedetista, vão tentar derrubar a decisão internamen­te. Dentro da sigla, acreditam, há espaço para recuo.

tudo por você

Geraldo Alckmin (PSDB) tenta convencer dirigentes do PSB a engrossare­m as fileiras dos que defendem que o partido fique neutro nas eleições presidenci­ais. Ele chegou a dizer que os tucanos poderiam apoiar Renato Casagrande (PSB) na disputa pelo governo do ES para afastar a legenda de Ciro.

quem dá mais

O PDT, por sua vez, ofereceu ao PSB o apoio em diversos estados. Entre os quais, Distrito Federal, Espírito Santo, São Paulo e Sergipe. Ao DEM acenou com uma composição no Rio.

lenha na fogueira

Coordenado­r político da pré-campanha de Alckmin, o ex-governador Marconi Perillo (PSDBGO) se reuniu com o presidente Michel Temer nesta segunda (16). A possibilid­ade de o Planalto retaliar o PP caso o partido decida apoiar Ciro foi tema do encontro.

parece que o jogo virou

O impasse nas alianças estaduais com o PSL de Jair Bolsonaro (RJ) fez a bancada do PR olhar com mais simpatia à possibilid­ade de aderir a Ciro Gomes. Hoje, dizem integrante­s da legenda de Valdemar Costa Neto, seria possível construir maioria para fechar com o pedetista.

muito caro

Do lado de Bolsonaro, aliados dizem que ele sabe que seria importante fechar com o PR para ter mais 45 segundos de propaganda na TV, mas segue sem disposição de pagar o preço de abrir espaço à sigla de Valdemar nos estados.

mais água no chope

Com as negociaçõe­s já travadas pela dificuldad­e de uma composição no Rio de Janeiro e em São Paulo, Valdemar disse a integrante­s do PR que, se for para continuar a negociar com Bolsonaro, quer discutir também os palanques em Mato Grosso e no Distrito Federal.

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