Indústria não teme Bolsonaro, afirma CNI
Para Robson de Andrade, que comanda a entidade, empresários querem um presidente que faça país se desenvolver
O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson de Andrade, disse que empresários não temem vitória de Jair Bolsonaro (PSL) ou de qualquer outro candidato. “Queremos um presidente que faça o Brasil se desenvolver.”
A simpatia ficou evidente em evento da CNI há 15 dias, com seguidas salvas de palmas ao capitão reformado.
Na ocasião, seis pré-candidatos falaram a membros de federações. O tucano Geraldo Alckmin também foi aplaudido. Ciro Gomes (PDT) recebeu vaias.
Para dirigentes, a reação reflete o ânimo de empresários. “Ele diz aquilo que nós ansiamos todos os dias”, disse Carlos Trombini, presidente de sindicato da refrigeração e aquecimento.
Já Adelaide de Oliveira, da Federação de Indústrias do Acre, mostra cautela. “Ele falou que ninguém é obrigado a saber de tudo. Me preocupa. Busco quem conheça as instituições.”
O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, afirmou que empresários não temem eventual vitória de Jair Bolsonaro (PSL).
“Queremos um presidente que faça o Brasil se desenvolver e não temos receio, de forma alguma, de um governo de Jair Bolsonaro, de direita, ou de quem quer que seja”, disse. “O que a gente vê, não só no empresariado, é que as pessoas querem um presidente em 2019 que tenha firmeza e autoridade, mas também responsabilidade.”
A simpatia da indústria à précandidatura do deputado à Presidência ficou evidente em evento da CNI há 15 dias. “Foi o mais aplaudido? Foi, foi o mais aplaudido”, afirmou Andrade.
No evento, seis presidenciáveis falaram a 2.000 membros de federações industriais do país. Geraldo Alckmin (PSDB) também arrancou aplausos e Ciro Gomes (PDT), vaias. Segundo dirigentes, a reação reflete os ânimos dos empresários com o pleito: Bolsonaro desperta mais entusiasmo e Alckmin tem apoio expressivo.
Bolsonaro “diz aquilo que nós ansiamos ouvir todos os dias”, afirmou Carlos Trombini, presidente do Sindicato da Indústria da Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar de SP, que não declara apoio a nenhum nome.
“Ele tem aquela maneira de comunicar mais despojada, vamos dizer assim, mais contundente. Ao comentar ações que tomaria em defesa da indústria, trouxe alento. Estamos sofrendo bastante.”
Para Flávio Roscoe Nogueira, presidente da Federação das Indústrias de Minas, a aprovação a Bolsonaro “é uma reação natural”. “Percebo que ele não tem medo de enfrentar as questões, fala abertamente a favor da reforma trabalhista, enquanto os outros não são tão agressivos. E todo mundo está careca de saber que ela foi tímida.”
Depois de declarações co- mo a de Ciro, segundo quem a flexibilização foi uma selvageria, o mineiro contra-atacou. “Você fica perplexo.”
Nogueira atribuiu ao “desânimo generalizado” do empresariado o entusiasmo com declarações pela melhora no ambiente de negócios. “Bolsonaro escolheu uma boa equipe econômica, talvez seja a melhor”, afirmou, referindo ao grupo capitaneado pelo economista Paulo Guedes. Alckmin tem como coordenador do programa de governo na economia Persio Arida. “Gosto do perfil do Alckmin, mais flexível”, elogiou o dirigente mineiro.
Ao mesmo tempo, Nogueira minimizou críticas feitas ao alegado despreparo do deputado, que com frequência diz ser ignorante em determinados temas. “Nenhum dos nossos pretéritos presidentes entendeu de economia, não precisa disso para ocupar o cargo. Aquele que acha que sabe tudo, para mim, é o maior risco.”
À frente da Federação das Indústrias do Acre, Adelaide de Fátima expressou cautela com o entusiasmo em torno de Bolsonaro. “Ele disse, e foi aplaudido, que ninguém é obrigado a saber de tudo. É verdade. Mas me preocupa. Busco pessoas que têm conhecimento das instituições.”