Mulher de Cunha é condenada na 2ª instância
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região condenou nesta quarta (18) a jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), a dois anos e seis meses de prisão por evasão de divisas.
A pena, em regime inicial aberto, deverá ser substituída por restritivas de direitos. Trata-se da primeira condenação de Cruz.
A corte reviu decisão do juiz Sergio Moro de maio de 2017, quando a jornalista foi absolvida dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas em ação na qual foi acusada de ter se beneficiado de propina desviada da Petrobras para seu marido.
De acordo com a Procuradoria, os valores ilegais teriam sido gastos a partir de uma conta na Suíça, no nome de Cruz. O dinheiro teria comprado bolsas de luxo, roupas de grife e aulas de tênis no exterior.
Segundo a acusação, os valores seriam parte de propina de US$ 1,5 milhão (R$ 5,75 milhões) paga a Cunha.
Em sua decisão, Moro entendeu que faltou materialidade à acusação, que não teria conseguido demonstrar o rastro do dinheiro até a conta da jornalista.
De acordo com o magistrado, também faltou demonstrar o dolo de Cláudia Cruz, que afirmou que o marido era o responsável pela gestão financeira da família e que não suspeitava que o dinheiro pudesse vir de corrupção.
O TRF-4 concordou em absolver a jornalista do crime de lavagem de dinheiro, o que foi comemorado pela defesa, que disse que questionará a condenação por evasão de divisas, por não ter sido uma decisão unânime da corte.