Trump diz que culparia Putin por influência em votação que o elegeu
O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a dar declarações conflitantes nesta quartafeira (18) sobre a interferência online da Rússia em eleições americanas, atestada por serviços de inteligência de Washington, mas negada por ele em cúpula com sua contraparte, Vladimir Putin, na segunda (16).
Em entrevista ao telejornal CBS Evening News, o republicano disse ser verdade que o Kremlin buscou influenciar o pleito de 2016 (“como já falei várias vezes”) e afirmou que responsabilizaria (assim mesmo, no condicional) o russo pela intromissão, “porque ele está no comando do país”.
Mais cedo, Trump havia dito não acreditar que Moscou ainda estivesse atacando digitalmente os EUA, contrariando avaliações da inteligência americana de que a ação russa segue em curso e agora mira as eleições legislativas de novembro no país.
Questionado sobre a continuidade do projeto intervencionista do Kremlin, Trump balançou a cabeça e disse “não”.
“Estamos indo muito bem, provavelmente tão bem quanto qualquer pessoa já se saiu com a Rússia. E jamais houve presidente tão duro com a Rússia quanto eu”, afirmou ele.
Horas depois, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, buscou retificar o deslize. Segundo ela, Trump havia dito “não” em reação à interpelação de um jornalista sobre responder a perguntas. “O presidente e seu governo estão trabalhando muito duramente para garantir que a Rússia não consiga interferir nas nossas eleições como fez no passado”, completou ela.
Em fevereiro deste ano, o diretor de Inteligência Nacional, Dan Coats, afirmou ter evidências de que os russos têm como alvo as eleições de novembro, quando os republicanos correm o risco de perder o controle na Câmara e no Senado.
Nas redes sociais, o republicano voltou à carga contra os críticos de seu encontro com Putin, acusando-os de terem “Síndrome de Perturbação de Trump”. “Algumas pessoas ODEIAM o fato de que me dou bem com o presidente Putin da Rússia. Eles prefeririam ir à guerra a isso”, escreveu.
Tanto aliados quanto opositores avaliaram como ruim a cúpula bilateral na Finlândia.