Vídeo de maus-tratos a porcos faz JBS nos EUA suspender contrato com fornecedor
A JBS USA, braço americano da JBS, suspendeu nesta terça-feira (17) o contrato com uma fornecedora de carne suína no Tennessee, Estados Unidos, após um vídeo da ONG Mercy for Animals mostrar maus-tratos aos porcos criados no local.
As imagens, divulgadas na terça, mostravam funcionários de uma fazenda da Tosh Farms batendo em animais.
Os porcos também são castrados sem anestesia, e as fêmeas ficam confinadas em gaiolas de gestação, práticas comuns na indústria, mas condenada pela ONG por causa das condições impostas.
A empresa fornecia carne suíça para a unidade da JBS USA em Kentucky. A Folha fez contato com a Tosh Farms, mas não obteve resposta.
Em nota, a JBS, dona da Seara, afirmou que as imagens indicam práticas em “total desacordo com as exigências da companhia”.
A empresa anunciou a suspensão do contrato com a fábrica e disse que abriu uma investigação para apurar responsabilidades.
“A JBS não compactua ou admite abusos envolvendo animais sob nenhuma hipótese”, afirma a nota. A empresa diz adotar as melhores práticas em bem-estar animal.
Também afirma exigir de seus fornecedores que cumpram padrões de cuidado e segurança “para que os animais recebam tratamento digno”.
A medida se estende, segundo a empesa, por “toda a cadeia seguindo as melhores práticas em todo o mundo”.
Segundo Lucas Alvarenga, vice-presidente da Mercy For Animals no Brasil, as imagens foram gravadas entre dezembro de 2017 e março deste ano.
Elas pertencem a uma investigação de rotina da ONG sobre as condições de abatedouros, granjas e fazendas.
“Todas as vezes em que entramos em fazendas, voltamos com imagens brutais de alto sofrimento animal”, diz Alvarenga. Ele quer que a JBS se comprometa com o fim das gaiolas de gestação.
No Brasil, a empresa assumiu, em 2015, o compromisso de eliminar a prática até 2025. As gaiolas foram banidas no Canadá, na Nova Zelândia, na Austrália e na União Europeia.