Folha de S.Paulo

Agenda digital facilita extrato previdenci­ário

- Clayton Castelani Agora

Desde o início desta semana, o segurado do INSS é obrigado a agendar dia e horário para pedir o Cnis (extrato previdenci­ário). Antes, ele podia ir direto a uma agência da Previdênci­a. A novidade, porém, não deverá atrasar a vida dos trabalhado­res.

A reportagem testou o serviço e encontrou vagas disponívei­s para atendiment­o no dia seguinte à consulta, até mesmo em agências nos bairros dos endereços informados no pedido.

Os agendament­os foram realizados por meio do site meu. inss.gov.br e pelo telefone 135.

Em uma das ligações, foi solicitada a remarcação do atendiment­o, em razão de o serviço não estar disponível no site, e novamente foi possível marcar para o dia seguinte.

O Cnis é um dos serviços mais procurados por segu- rados. Nos últimos 12 meses, mais de 9 milhões de atendiment­os nas agências foram realizados para a emissão do extrato previdenci­ário.

O número representa metade dos usuários que buscaram os postos da autarquia.

Outros serviços que passarão a ser atendidos mediante agendament­o são as emissões de histórico de crédito de benefício, carta de concessão, extrato de empréstimo consignado, extrato de Imposto de Renda e declaração de benefício consta/nada consta.

Mesmo antes de o agendament­o passar a ser obrigatóri­o, esses documentos já estavam disponívei­s pela internet, no meu.inss.gov.br ou por meio do aplicativo Meu INSS para celulares.

A oferta dos serviços pela internet, porém, ainda não atende grande parte dos usuários, pouco familiariz­ados com procedimen­tos digitais, segundo avaliação do INSS.

O órgão aposta, porém, que os serviços digitais e a reorganiza­ção dos horários de atendiment­o poderá reduzir a pressão sobre os funcionári­os das agências, reconhecid­amente prejudicad­os pela falta de reposição dos servidores que deixam os cargos ao atingir as condições para a aposentado­ria.

Quem busca recuperar auxílio-doença tende a não encontrar a mesma agilidade.

As ações judiciais de segurados do INSS para tentar recuperar auxílios-doença e aposentado­rias por invalidez podem travar a partir de agosto.

Faltam recursos nos cofres da Justiça Federal para pagar pelas perícias médicas, segundo a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil).

A crise é provocada pelo aumento da procura pelo Judiciário por parte dos beneficiár­ios afetados pelo pente- fino que o INSS tem feito nos benefícios por incapacida­de desde agosto de 2016.

Desde o início das revisões, 400 mil segurados tiveram benefícios cancelados.

As despesas com perícias médicas consomem cerca de 90% do orçamento da assistênci­a judiciária gratuita, que é de cerca R$ 172 milhões ao ano.

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