Folha de S.Paulo

Corinthian­s põe zaga à prova no clássico contra o São Paulo

Nenê tentará aproveitar falta de entrosamen­to entre Henrique e Pedro Henrique

- Alinne Fanelli e Luciano Trindade

SÃO PAULO CORINTHIAN­S

21h, no Morumbi Na TV: Pay-per-view

A área corintiana tem um novo xerife. Após a saída de Balbuena para o West Ham (ING), por 4 milhões de euros (R$ 17 milhões), o zagueiro Henrique, 31, se tornou o principal pilar de sustentaçã­o da zaga alvinegra.

Agora atuando ao lado do jovem Pedro Henrique, 22, ele tem a responsabi­lidade de manter a tradição recente corintiana de defesas sólidas, que tomam poucos gols.

A nova organizaçã­o defensiva passará por uma prova neste sábado (21), às 21h, no Morumbi, quando a equipe disputará clássico contra o vicelíder São Paulo, que tem o terceiro melhor ataque do Brasileiro —ao lado do Palmeiras—, com 19 gols em 13 jogos.

“É uma mudança importante no sistema defensivo, mas acho que o Pedro [Henrique] vai entrar bem no time. Ele é um menino, mas já tem muita experiênci­a, é um grande jogador e tem tudo para a gente fazer um grande ano”, disse o corintiano Henrique.

Para o jogador, os 15 dias que o time teve para treinar durante a pausa para a Copa do Mundo foram suficiente­s para a dupla adquirir entrosamen­to antes do clássico.

“Nós tivemos um tempo para treinar e acertar algumas coisas, além de melhorar o entrosamen­to. A parada por causa da Copa foi boa para recuperar os jogadores, e o [técnico Osmar] Loss poder colocar

as ideias dele”, acrescento­u, citando o treinador que teve um início difícil no clube após a saída de Fábio Carille.

Antes do Mundial, o treinador dirigiu o time em sete jogos, perdeu quatro, empatou dois e só venceu um. Na última quarta (18), no retorno do Brasileiro, obteve sua segunda vitória: 2 a 0 sobre o Botafogo.

A partida, no entanto, não foi tranquila para a defesa alvinegra. O Botafogo foi melhor durante a maior parte do segundo tempo e obrigou o goleiro Cássio a fazer ao menos duas defesas difíceis.

“Foi uma vitória importante não só para o Loss, mas para o grupo”, reconheceu Henrique.

Outra vitória, agora no clássico, será fundamenta­l para o Corinthian­s continuar reagindo no Campeonato Brasileiro.

Corinthian­s e São Paulo estão separados por sete pontos na tabela do Nacional. O rival do Morumbi soma 26 pontos, contra 19 do Corinthian­s, que ocupa a oitava posição.

Boa parte da boa fase do São Paulo é atribuída ao meia Nenê, um dos jogadores que mais preocupam a zaga alvinegra.

“O Nenê é um jogador de muita qualidade, tanto na bola parada quanto com a bola rolando, ele gosta de servir os companheir­os. E também tem um bom chute. A gente sabe da qualidade dele”, afirmou o zagueiro Henrique.

Aos 37 anos, Nenê comanda o meio de campo de uma equipe que está há quatro jogos sem sofrer gol. Além disso, o São Paulo é o clube com o menor número de derrotas no Brasileiro, apenas uma.

É a primeira vez na temporada que a equipe tricolor chega melhor que o Corinthian­s

para disputar o clássico.

Foram três jogos neste ano, todos pelo Campeonato Paulista. No primeiro, pela fase de grupos, o Corinthian­s venceu por 2 a 1. Na ida da semifinal, no Morumbi, o time tricolor venceu por 1 a 0, com gol de Nenê. Na partida de volta, porém, o São Paulo perdeu por 1 a 0 e foi eliminado pelo rival na disputa de pênaltis.

A confiança dos são-paulinos para o confronto deste sábado é grande. Mais de 52 mil ingressos foram vendidos. Por isso, Nenê acredita que a equipe estará fortalecid­a, mesmo sem três titulares. Sidão e Everton estão suspensos, e Jucilei sofreu lesão na coxa. Os substituto­s devem ser, respectiva­mente, Jean, Lucas Fernandes e Liziero.

“Isso está nos motivando muito para continuar no caminho bom. Acredito que o jogo vai marcar nossa real intenção no campeonato. Se queremos continuar na briga pelas primeiras colocações, temos de vencer”, disse Nenê.

Assim como Henrique, ele acredita que os desfalques sofridos pelo Corinthian­s na pausa para a Copa não serão determinan­tes para o resultado do clássico deste sábado.

No entanto, ele vê a equipe tricolor em ligeira vantagem por não ter perdido atletas tão importante­s —o Corinthian­s ficou sem três titulares (Balbuena, Sidcley e Maycon) e o São Paulo manteve todos.

“Com certeza para nós facilita porque continuamo­s com o mesmo time. Não é nem em relação ao Corinthian­s, mas os outros times vão ter dificuldad­es por isso, jogadores novos, entrosamen­to. Acredito que para eles é um pouco

mais complicado. Mas clássico não tem muito disso”, afirmou Nenê, que recusou uma proposta do futebol do Oriente Médio para tentar conquistar o sétimo título brasileiro do São Paulo.

“Eu disse não pela maneira como todos me receberam, como me tratam, pelo carinho que recebo da torcida. Estou em um clube grande, que não ganha título há um bom tempo e seria muito importante isso, ficar com o nome marcado na história”, afirmou o meio-campista.

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