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Utilitário de luxo feito na Bélgica se destaca pelos itens de segurança, mas seu problema é a fila de espera no Brasil
Volvo que freia sozinho vai bem em teste e fica entre os mais rápidos do segmento
Quem deseja comprar um Volvo XC40 precisa ter um pouco de paciência. Unidades adquiridas no começo de julho serão entregues em agosto ou setembro, a depender da versão.
A montadora até gostaria de trazer mais carros para o Brasil, mas a fábrica de Ghent, na Bélgica, não dá conta da demanda. O utilitário é um sucesso global.
Segundo Luiz Rezende, presidente da Volvo Cars no Brasil, o lançamento fará a empresa sair do patamar de 4.000 importados vendidos por ano para chegar aos 6.000.
Para descobrir se vale a pena entrar na fila de espera pelo jipe de luxo, o XC40 passa pelo teste Folha-Mauá.
O carro, cedido pela Volvo na versão intermediária T5 Momentum (R$ 195 mil), tem 4,42 metros de comprimento. É o menor utilitário da linha Volvo, que oferece também os modelos XC60 e XC90.
O motor 2.0 turbo de 255 cavalos coloca o novo SUV entre os mais rápidos de seu segmento. Ao cravar 7,1 segundos na aceleração de 0 km/h a 100 km/h, o modelo de origem sueca foi meio segundo mais rápido que o BMW X1 xDrive25i (R$ 233 mil).
Há bom espaço para ocu- pantes e suas bagagens, acomodadas em um porta-malas que oferece 460 litros de capacidade.
O câmbio é automático, com oito velocidades. A versão mais cara chama-se R-Design (R$ 215 mil) e tem borboletas instaladas atrás do volante, que permitem trocas manuais das marchas.
O XC40 tem tração nas quatro rodas, rodando a maior parte do tempo com 90% de força concentrada na dianteira e 10% na traseira.
Conforme a necessidade, a tração se ajusta automaticamente, até chegar a 50% em cada eixo. O recurso ajuda a superar terrenos acidentados e auxilia na estabilidade em trechos rodoviários.
O bom comportamento em trechos sinuosos disfarça a altura da carroceria. Em caso de barbeiragem, controles eletrônicos se esforçam para recolocar o carro na trajetória.
Se o trânsito adiante parar repentinamente e o motorista estiver distraído, sensores detectam o perigo e acionam os freios. Essa situação foi vivenciada em uma avenida movimentada de São Paulo.
O XC40 emitiu sinais luminosos e um apito assustador, mas começou a reduzir a velocidade enquanto o condutor ainda se preparava para pisar fundo no freio. Tudo aconteceu em frações de segundo.
O recurso não é exclusividade da linha Volvo. Modelos Volkswagen, Nissan e Ford também oferecem esse item como opcional em alguns de seus automóveis.
Itens de segurança somam pontos nas avaliações de proteção aos ocupantes. O XC40 obteve nota máxima no crash test promovido pela Euro NCAP, entidade que avalia a segurança dos carros.
Outro item de segurança do Volvo é o sistema que lê placas de velocidade, desde que estejam bem conservadas. A informação é exibida no painel, para evitar que o motorista exceda os limites.
O problema nesse caso são as variações abruptas de velocidade nas ruas de São Paulo, com sinalização nem sempre visível. É melhor confiar nas orientações dos aplicativos de navegação de smartphones.
Tantos recursos são essenciais em tempos de carros repletos de recursos que distraem o motorista.
O sistema multimídia do XC40 parece um tablet. As funções são alternadas com toques na tela. Funções de som, navegação e ar-condicionado dividem o mesmo espaço.
Um botão permite modificar o modo de condução do carro, privilegiando o desempenho ou a economia. O Volvo fez a média de 13,1 km/l na estrada, inferior aos 14,1 km/l registrados pelo BMW X1 na mesma condição.
Com preço parelho ou menor que o cobrado por concorrentes de mesmo porte e bons resultados em desempenho e segurança, o Volvo é uma opção interessante. Seu problema é o baixo volume de importações para o Brasil.