Invista na reforma que faz o imóvel valer mais
Materiais duráveis, automação e planta moderna aumentam o preço de venda e de aluguel de casas e apartamentos
Investir em reformas estruturais que modernizam o imóvel ajuda a aumentar o valor da propriedade — seja para quem quer vender e alugar ou para quem ainda nem pensa agora no assunto.
Preparar a casa para sistemas de automação, como persianas elétricas, som integrado e controle de temperatura à distância, vai deixar o imóvel valendo mais em alguns anos, segundo Fernando Gonçalves, presidente da ABMI (Associação Brasileira do Mercado Imobiliário).
“As construtoras já estão se programando para entregar unidades com itens de automação em quatro anos”, diz.
Investir em energia limpa para a casa, com placas fotovoltaicas, também pode aumentar o valor do imóvel, afirma André Penha, co-fundador da imobiliária QuintoAndar. As placas são um investimento que fica na propriedade e que reduzem a conta de luz do morador.
A forma como os imóveis são divididos também influenciam em seu valor.
A arquiteta Tânia Helou, 32, comprou no final de 2017 um apartamento de 130 metros quadrados na Bela Vista, região central de São Paulo, que estava desvalorizado por sua planta antiga.
A área de serviço era muito grande em relação ao resto do apartamento, havia quarto de empregada e um banheiro que Tânia achou grande demais. Era desse cômodo que saía uma porta para um pequeno quintal.
O piso original do imóvel, taco, estava escondido sob três camadas de carpete.
A arquiteta, que comprou o apartamento por cerca de R$ 500 mil, está investindo mais R$ 120 mil para deixá-lo moderno.
Se fosse vendê-lo, poderia acrescentar 10% ou 15% na soma do valor total gasto com o imóvel. Essa é a taxa que a Anima Casa, empresa que compra, reforma e revende propriedades diz aplicar nos apartamentos modernizados.
Imóveis de alto padrão, com mais de 160 metros quadrados, mas que tenham apenas uma suíte, por exemplo, podem atender as necessidades dos atuais moradores, mas não são procurados pelo mercado, explica a arquiteta Gisele Emery.
Apartamentos com três ou mais quartos e um único banheiro também são depreciados. Segundo Octavio Pontedura, sócio da imobiliária Refúgios Urbanos, as pessoas tendem a receber mais amigos em casa e preferem quando há um lavabo para os visitantes, além das suítes para os moradores.
Se o apartamento for pequeno, com até dois quartos e 80 metros quadrados, ter uma cozinha integrada com a sala conta pontos, afirma Emery, porque aproveita melhor o espaço e facilita a interação entre quem está na casa. Já em imóveis maiores, o melhor é manter a cozinha separada dos outros cômodos.
Nos revestimentos, pisos frios são práticos, mas passam longe das expectativas dos moradores de imóveis de alto padrão, que tendem a preferir madeira maciça. “A madeira é muito mais apelativa, oferece calor, conforto e refinamento”, diz Pontedura.
Por isso, pode não ser uma boa ideia trocar o piso desses imóveis por porcelanato.
Se o piso original do imóvel for de madeira, mas ele já estiver desgastado, vale tentar lixá-lo. Caso seja necessário fazer uma troca, Emery indica o piso multiestruturado, feito com camadas de madeira mais barata e a superfície de material nobre, como uma opção mais em conta.
Apartamentos pequenos também combinam com piso de madeira, porque seus moradores são, em geral, pessoas jovens, que valorizam esse revestimento. Nesse caso, a madeira nem precisa ser de verdade: piso vinílico que imite o material ou laminado são alternativas mais baratas.
Já um apartamento com três quartos —ideal para famílias com crianças e bichos de estimação— combina com porcelanato, segundo Emery. O piso frio é mais fácil de limpar e difícil de ficar marcado com o uso.
Outros itens que valorizam as propriedades é ter aquecedor solar ou a gás para o chuveiro, box de vidro temperado no banheiro, pedras resistentes nas pias —granito na cozinha e quartzo claro no banheiro, indica a arquiteta— e gás encanado.
Quem tem um apartamento pequeno e deseja aumentar seu valor deve investir em móveis sob medida, porque eles proporcionam um aproveitamento melhor do espaço.
A advogada Ivonete Sitnoveter, 52, contratou a arquiteta Danyela Correa para reformar e decorar o apartamento de 41 metros quadrados que comprou na planta, na zona sul de São Paulo. “Como é pequeno, se não trabalhar na decoração, você perde espaço”, diz.
Seu objetivo é alugar para jovens executivos. Pede R$ 3.500 de aluguel, quase R$ 1.000 a mais do que conseguiria sem os móveis, segundo pesquisa da imobiliária que contratou.